quinta-feira, 14 de julho de 2016

EVANGELHO SÃO LUCAS 11,1-13 17º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO "C" 2016 -- ANO DA MISERICÓRDIA" -- Leituras: 1ª Gn 18,20-32; Sl 137; 2ª Cl 2,12-14 -- Cor litúrgica verde - Liturgia P/24/07/2016



                                                  PAI-NOSSO!

            




1Jesus estava rezando num certo lugar. Quando terminou, um de seus discípulos lhe pediu: Senhor, ensina-nos a orar, como João ensinou seus discípulos.2 Respondeu-lhes: Quando orardes, dizei: “Pai, seja respeitada a santidade do seu nome, venha o teu Reinado;3 dá-nos hoje o pão do amanhã;4 perdoa-nos nossos pecados, como também perdoamos os que nos ofende; não nos deixeis sucumbir na prova”.5 E acrescentou: suponhamos que alguém tem um amigo que acorre a ele à meia noite e lhe pede: Amigo empresta-me três pães,6  pois chegou de viagem um amigo meu, e não tenho oque oferecer-lhe.7 O outro de dentro lhe responde: não me importunes; não posso levantar-me para dá-los.8 Eu vos digo que, se não se levantar para dá-los por amizade, se levantará por seu aborrecimento para dar-lhe o que necessita. 9 Eu vos digo: “pedi e vos darão, buscai e encontrareis, batei e vos abrirão; 10 pois quem pede recebe, quem busca encontra, a quem bate lhe abrem.11 Quem de vós, se um filho pede pão, lhe dá uma pedra? Ou se pede um peixe, lhe dá uma cobra?12 Ou se pede um ovo dá um escorpião?13 Portanto se vós, sendo maus, sabeis dar coisas boas ao vossos filhos, quanto mais vosso Pai do céu dará Espírito Santo àqueles que lhe pedirem.  Lc 11,1-13

Palavra da salvação.
Glória a vós, Senhor!



Queridos irmãozinhos povo do Senhor, a liturgia deste Domingo nos mostra, uma das mais belas pérolas preciosas do Evangelho: “O Pai Nosso”. O Senhor nos dá uma palavra de ânimo, animando-nos a praticar a oração.

Os discípulos vendo como Jesus orava de um outro modo, muito belo e profundo, disseram: Rabi ensina-nos a orar, do jeito que o Senhor ora? No Evangelho Lucas nos revela a verdadeira gênese desta oração. O Pai Nosso nasce dos lábios do divino Mestre:

 2Quando orardes, dizei: “Pai, santificado seja o teu nome; venha o teu Reino;3 o pão nosso cotidiano dá-nos a cada dia; 4perdoa nossos pecados, pois também nós perdoamos aos nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação”. ( Lc 11,1-4)



 Nos inícios da Igreja Primitiva,  o Pai-Nosso era rezado com tal seriedade e respeito, só os cristãos batizados introduzidos na Igreja podiam recitar a formula, e era protegida pela lei do arcano. (disciplinas Arcanas: secretas a respeito da fé e dos sacramentos. A Igreja Católica, combateu na Idade Média os pagãos, para se defender as verdade da fé, estavam a frente deste trabalho os Santos Padres patrísticos . Sec I-VII)

 Na Idade Média, o Pai-Nosso era confiado aos catecúmenos somente no fim de sua preparação, na vigília do batismo, junto com a explicação da Eucaristia. (cf. Cirilo de Jerusalém, Cat. Mist. V,11) 

 O catécumeno que o recebia cuidava das palavras como relíquias e esperava ansioso o momento, o dia, que saindo da purificação do batismo, “cercado pelos irmãos e apresentados pela Mãe Igreja. 

"Nos primeiros seculos onde os primeiros cristãos eram minorias entre os pagãos, para que alguém fosse iniciado, passava antes pelo catecumenato, para aprenderem sobre os mistérios, uma vez que os sacramentos não devem ser ministrado a quem não tenham preparação e um discernimento, suficientes para participar e ser inseridos nos mistérios da Igreja".

 Como um Rito solene, de braços levantados bradava: “Pai!” Eram então introduzido com alegria na comunidade, para o conhecimento de todos como novo filho de Deus. ( Tertuliano, Bapt. 20,5)
  
SANTO AGOSTINHO MINISTRANDO O BATISMO AOS CATECÚMENOS

 Porque devemos recordar estas coisas da nossa fé, porque nos banalizamos o Pai Nosso, recitando-o frequentemente, em série, sem pensar nele, como se diz qualquer jaculatória na hora da necessidade ou do medo. 

Perdemos o sentido do mistério tremendo que se oculta naquelas palavras saída da boca de Deus e dirigidas ao ouvido de Deus. Nosso Senhor nos ensinou a chamar Deus de Pai.

Na oração o Pai-Nosso está resumido tudo de bom que o orante deseja obter de Deus Pai. O segredo está no despojar de todas as ambições pessoais e sintonizar-se na misericórdia de Deus. “Deus é Pai!”

O pecador contrito deve sempre estar buscando as misericórdias do Pai. Jesus disse que falar com Deus é a melhor parte que não será tirada. (Lc 10,41-42)

O Espírito Santo de Jesus é a nossa ferramenta santa; Ele é constante em nos ajudar a perseverar a fé. Embora pecadores que somos, Deus não desiste de nós!


Pois o sustento da fé é dom de Deus, significa o pão da vida futura; a vida eterna na casa do Pai. O Pão nosso de cada dia, pode ser também o nosso cotidiano, pois se refere a nossa vida terrestre, enquanto estivermos aqui neste vale de lágrimas.

 Na oração do Pai-Nosso Jesus ao ensinar seus discípulos a orar, revela-nos o rosto misericordioso do Pai. (1 Jo 4,7-21) Por isso no Evangelho de hoje Nosso Senhor, ensina que devemos ser insistente na oração, de sempre pedir:

 “Batei e vós abrirá! Quem pode recebe! Quem busca encontra! (Lc 11,5-13) O perdão e a humildade, deve estar sempre disposto em nós, para pedir e perdoar a quem nos ofender, pois é assim que rezamos na oração do Pai-Nosso.

 Perdoar o nosso próximo as ofensas, e te serão perdoados os pecados quando pedires. ( Eclo 28,1-7; Lc 6,37) "Assim como perdoamos a quem nos tem ofendido". Deveríamos parar a oração aqui, e ir reconciliar com nossos irmãos ofendidos,  depois continuarmos esta oração.



 O Pai Nosso é o Evangelho abreviado, o Evangelho em oração; um manancial vivo da Boa Nova que brota da boca daquele que é o Evangelho em pessoa; o próprio Cristo!

 Irmãozinhos! Há uma grande semelhança entre o Pai-Nosso e a Eucaristia. Na Eucaristia se perpetua o Jesus que dá ao Pai pelos homens, que “serve”: “Eu estou no meio de vós, como aquele que serve. (Lc 22,27)

 No Pai-Nosso reza: se perpetua a presença de Jesus que disse: “Eu estou no meio de vós como aquele que reza. (Hb 7,25) Na Eucaristia, há uma comunhão com o corpo de Cristo; no Pai-Nosso uma comunhão na oração de Cristo:

 E é esta a verdadeira “comunhão espiritual” que podemos fazer sozinhos, a cada momento, também quando não nos é possível a sacramental. Fechamos nossos olhos interior e contemplar Jesus ressuscitado em Nós!

Por isso na Santa Missa, aquele momento solene de rezar o Pai-Nosso com confiança e liberdade de filhos e filhas de Deus, comungarmos; o Corpo, o sangue, a alma e a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo!

Naquele dia, Jesus não ensinou seus discípulos uma simples formula de oração, mas uma maneira nova de orar. O Pai-Nosso deve diluir-se em meditação e alimentar a nossa oração espontânea, esta deve tornar sempre viva e renovada a récita do Pai-Nosso.



Conta-se que São Francisco e seus frades, apostaram uns aos outros, quem rezariam mais o Pai-Nosso. A cada Oração deveriam colocar no capuz de seus hábitos, uma pedrinha para marcar os pontos.

 E começaram a rezar bem rápido para vencer uns aos outros. Os Frades já estavam com os capuzes cheios e pesados de tantas pedrinhas, quando perguntaram ao pai Francisco.

 E você Pai quantos seixos já tem? Tranquilamente o Santo respondeu nenhuma! Estou ainda contemplando o “Pai-Nosso que estais no Céu!”

Esta historinha de Francisco, nos ensina como devemos orar a Deus na meditação, tanto oralmente como na  contemplação no silêncio. Jesus, ao ensinar seus discípulos a rezar, lhes ensinou a chamar Deus de Paizinho. ( Aba Pai: Mt 6,9; Rm 8,15;Gl 4,6)

 Embora a oração seja de pedidos, Cristo mostra que reza-la com fé significa comprometer-se com Deus e com a vida em comunidade, na missão de fazer com que o Reino de Deus aconteça.

O Reino de Deus acontece na medida que vamos nos convertendo ao Evangelho, insistentes e perseverantes, na relação de filhos obedientes ao Pai.

No Evangelho deste Domingo Jesus nos ensina a não desanimarmos, sempre pedir ao Pai do Céu, porque Ele é infinitamente bom.


 Mas não devemos nos iludir pensando que Deus nós dará tudo o que pedirmos, quando e como queremos, pois no seu amor Ele sabe nos dar coisas boas e que realmente nos podem fazer bem.

Por isso a oração do Pai-Nosso recitada com fé, nos faz chamar Deus de Pai. A Oração do Pai-Nosso ensinada pelo nosso Salvador, tem-se propagado através de longos séculos, e Jesus tem rezado conosco, em nós e por nós.

 Depois desta reflexão da oração do Pai-Nosso, diz o pregador do Papa Francisco, (Raniero Cantalamessa) não será tão mais fácil para cada um de nós, continuar recitando o “Pai- Nosso” de qualquer jeito sem pensar na grandeza desta oração divina. Amém!

 Jesus é o Senhor!


  Fontes do texto elaborado: Joseinacioh.blogspot.com: "Jesus é o Senhor!" Publicado em 2013 - Evangelho São Lucas 11,1-13 ano "C" 2013 -- Homilia de Raniero Cantalamessa : "Uma catequese sobre o Pai-Nosso", Evangelho São Lucas 11,1-13 ano "C": Lit. "O Verbo se faz carne" Pg 684-693 -- Livreto litúrgico:"DEUS CONOSCO dia a dia", Evangelho São lucas 11,1-13 ano "C" 2016 "Ano da Misericórdia" Pg 92-95.122 -- Consultou a Bíblia de Jerusalém: Evangelho São lucas 11,1-13 no contexto a oração do "Pai-Nosso". www.veritatis.com.br /Patristica obras 1496 - Primeira Catequese Mistalgogica.




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