sábado, 23 de julho de 2016

EVANGELHO SÃO LUCAS 12,13-21 18º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO "C" 2016 -- ANO DA MISERICÓRDIA -- Leituras: 1ª Ecl 1,2;2,21-23; Sl 89; 2ª Cl 3,1-5.11 - Cor liturgica verde - Liturgia p/ 31/07/2016




       PRECAUÇÃO CONTRA A COBIÇA
 OS PERIGOS DAS RIQUEZAS

 13 Naquele tempo alguém da multidão disse: Mestre, dize ao meu irmão que reparta comigo a herança. 14 Respondeu-lhe: Homem, quem me nomeou juiz ou árbitro entre vos? 15 E lhes disse: Atenção! Abstende-vos de qualquer cobiça, porque, por mais rico que alguém seja, a vida não depende dos bens. 16 E lhe propôs uma parábola: As terras de um homem deram grande colheita. 17 Ele disse a si mesmo: Que farei? Pois não tenho onde colocar toda a colheita. 18 E disse: Farei o seguinte: Derrubarei os celeiros e construirei outros maiores, nos quais colocarei meu trigo e minhas posses. 19 Depois direi a mim mesmo: Querido, tens acumulados muitos bens para muitos anos; descansa, come e bebe, desfruta. 20 Mas Deus lhe disse: Insensato! Nesta noite te pedirão a vida. Aquilo que preparaste, para quem será? 21 Assim é aquele que acumula para si e não é rico para Deus.

Palavra da salvação.
Glória a vós, Senhor!


Queridos irmãozinhos povo de Deus, neste 18º Domingo do Tempo Comum, a palavra do Senhor mostra a vida humana, imersa nas realidades temporais. Hoje Jesus nos exorta que as riquezas são perigos para a nossa salvação, pois podem desviar-nos da meta do Reino de Deus.
O pregador do Eclesiastes é pessimista, diante das realidades deste mundo, quando não se coloca o Criador, em primeiro lugar na nossa existência. Pois tudo passa, tudo passará; só Deus que não passa!
 Tudo é ilusório; a existência humana escorre sem sentido, como uma vela que se queima; não só as riquezas conquistadas deste mundo, mas também a ciência, torna-se inútil, quando não colocamos Deus no centro das coisas.
Para alguns, parece que as coisas desse mundo, já lhes bastam. vivem só para essa vida, só essa existência; eles não tem outra felicidade, sob os raios do sol dessa existência.

 Do que comerem e beberem e ficarem alegres, passear, gastar, estar nos braços amados, por todos os dias de suas vida fugazes. Que importa o futuro eterno, que importa o fim!

Os insensatos dizem: “Comamos e bebamos, pois amanhã morreremos, vamos gozar a vida”. ( Is 22,13; 1 Cor 15,32) A maior lição que nos chega deste livro, está contida exatamente na primeira leitura da liturgia de hoje.
 Resumindo-se na frase: "Vaidade das vaidades, tudo é vaidade!” Vaidade, isto é, coisa vazia e sem sentido, são as preocupações, e o trabalho de, acumular tesouros nesta vida.
 E que triste, no final dessa vida, não acordar para a verdadeira realidade que tudo o que conquistou ficarão por aqui. “Vaidade de vaidade, tudo é vaidade, na morte o que será?
 Nosso Senhor disse: “Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a ferrugem e as traças corroem, onde os ladrões furtam e roubam!” (Mt 6,19,)


“Pois que aproveitará ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder a vida? “Ou que dará um homem em troca de sua vida?” (Mc 8,36, Mt 16,26)
Aquela pessoa que se mata de trabalhar a vida toda, perde o sono, os anos, enfrenta riscos, renuncia tantas coisas só para aumentar seus bens, depois, antes que se perceba chega o momento de deixar tudo, e quem vai gozar de toda a sua fadiga?
 Quem é, que vai gozar a riqueza acumulada? Alguém que não colaborou absolutamente em nada, alguém que nem é talvez o próprio filho, mas um estranho; e muitas vezes acabam com a fortuna rapidamente com coisas fúteis.




 No Evangelho, Nosso Senhor retoma o discurso da vaidade das riquezas, mas numa chave bem diferente. Parece-nos que Jesus raciocina como o pregador do Eclesiastes, mas não! Nosso Senhor pensa a nosso respeito, nossa salvação, e sua misericórdia
 Há pois uma grande diferença entre  a primeira leitura e o Evangelho anunciado. Por que o sábio Coélet,  censura o homem ávido acumulador de insensato? Porque o homem, não os goza ele mesmo de seus frutos de seu trabalho, que incansável ao longo da vida o que ajuntou?
 Por que é chamado de louco insensato por Jesus? É chamado de insensato por Jesus, por “não ser rico de Deus!” Qual então, seria ser rico da graça de Deus?
 Seria o Cristão desapegado das riquezas desonestas egoistas deste mundo; significa ajudar os pobres, lutar pelos oprimidos, fazendo de suas conquistas amigos para o reino de Deus.
Isto é preparar-se um tesouro no céu, onde a prata não perde o brilho e a traça não corroi. (Lc 12,33; 19,9) O oposto de se enriquecer sem o temor de Deus é “acumular tesouros para si”.
 Estamos, em certo sentido contrário, as antípodas da moral do pregador do Eclesiastes: e a moral do Evangelho, não é uma moral egoísta e hedonista, mas uma moral baseada no amor ao próximo e na solidariedade fraterna.



 O apego as coisas materialistas, tornam o homem um idolatra, desumano, insensível ao amor, por isso não pode praticar a caridade. Jesus disse: De que adianta ao homem vir a ganhar o mundo inteiro se vier a perder a vida eterna? ( Mt 16,24-26)
 Esta posturas que fala o Eclesiastes, acontece de maneira, como considera certas entidades cristãs que pregam prosperidades, uma salvação só para esta vida, eliminando o Criador Transcendente.
 Na parábola do rico tolo, Jesus quer fazer nos entender, quão errados são aqueles que põem toda a suas esperanças, suas vidas nos bens materiais deste mundo.
“Havia um homem rico cujos campos produziram muito [...]”. Irmãozinhos! Conhecemos bem esta parábola proclamada do Evangelho de hoje que culmina na voz noturna de Deus ou da consciência.
 “Insensato! Nesta noite ainda exigirão de ti a tua alma. E as coisas que ajuntaste, de quem serão? Jesus neste Evangelho nós exorta ao desapego das coisas deste mundo.
 A ganância, o egoísmo, escraviza o ser humano, fazendo-o esquecer do criador. Na párabola o homem insensato pensa que seus dias estão garantidos, para viver e gozar a vida, mas esquece-se que a morte é eminente.
 Por isso Deus diz ao monólogo insensato: “Esta noite pedirei a tua alma!” Esta passagem no Evangelho de hoje, nos leva também a uma reflexão escatológica.
 Estamos nos finais dos tempos, os homens mais do que nunca buscam poderes e estatus sociais, e os pobres sofrem o desumano do Mundo que esquece Deus.
 Esquecem, que existe uma profecia pronunciada pelo próprio lábios do Filho de Deus, que prometeu que vai voltar a qualquer momento com glória,  para julgar os vivos e os mortos. (Mt 25,31-46)

 Por isso aquela passagem no Evangelho de São Mateus: “No meio da noite, porém, ouviu-se um clamor: Eis o esposo, ide-lhe ao seu encontro. (Mt 25,6)
De qualquer forma, é evidente que a parábola do estulto tem um fundo escatológico; tudo adquire significado pelo fato de encontrar-se, com Jesus, diante de uma hora decisiva.
 Discutir sobre a divisão de herança, ou pensar somente em ampliar os celeiros, quando o Reino está próximo, é grande cegueira e insensatez.
Era costume os mestres e rabinos do tempo de Jesus, resolverem contendas e brigas entre familiares e vizinhos, constituírem uma espécie de juiz de conciliação.
 Jesus recusou este papel de arbítrio, para não ficar reproduzindo e legitimando o sistema que gera desavenças por causa de heranças. Jesus assume uma atitude de crítica cultural ao sistema, que provoca a cobiça e a ganância.

 Portanto a razão profunda que faz aparecer o tolo insensato, o agir daquele avarento é a existência e a iminência deste mundo. “ Vaidade tudo é vaidade e tolice, você vai perder tudo o que tens e o que não tens”.
O Sábio bíblico do Antigo Testamento, não conhecia ou não acreditava seriamente na ideia de uma recompensa depois da morte, por isso que diz: É bobo quem não goza aqui neste mundo sua  vida!


Agora com Jesus sabemos que existe uma recompensa depois desta vida, uma ressurreição e uma vida eterna. O mais importante nesta vida não é se enriquecer, como não é casar ou não casar, mas é ser julgados dignos do século futuro. (Lc 20, 35)
 A palavra de ordem deste Evangelho hoje e nos alertar-nos: A insensatez, a avareza e mesquinhez, não se mede mais pelo que se perde nesta vida, mas aquilo que podemos perder na outra.
Estamos na continuidade das bem-aventuranças: O pobre é feliz porque possuirá o Reino dos céus, o rico imanente é infeliz, porque não possui o Reino. São Paulo nos exorta maravilhosamente.
 “Se portanto, ressuscitaste com Cristo, buscai as coisas do alto, onde Cristo está sentado a direita de Deus, aspirai as coisas do alto, e não as terrenas. Amém!
Jesus é o Senhor!


Fontes: joseinacioh.blogspot.com 2013 ano“C”-- “Reflexão da palavra de Deus”, 18º Domingo do Tempo Comum: Lit. de Raniero Cantalamessa“ O Verbo se faz carne” - Evangelho São Lucas 12, 13-21 com o tema: Vaidades das vaidades – O rico estulto. Pg 694-697--



























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