PRECAUÇÃO CONTRA A COBIÇA
13 Naquele tempo alguém da multidão disse: Mestre, dize ao meu irmão que reparta comigo a herança. 14 Respondeu-lhe: Homem, quem me nomeou juiz ou árbitro entre vos? 15 E lhes disse: Atenção! Abstende-vos de qualquer cobiça, porque, por mais rico que alguém seja, a vida não depende dos bens. 16 E lhe propôs uma parábola: As terras de um homem deram grande colheita. 17 Ele disse a si mesmo: Que farei? Pois não tenho onde colocar toda a colheita. 18 E disse: Farei o seguinte: Derrubarei os celeiros e construirei outros maiores, nos quais colocarei meu trigo e minhas posses. 19 Depois direi a mim mesmo: Querido, tens acumulados muitos bens para muitos anos; descansa, come e bebe, desfruta. 20 Mas Deus lhe disse: Insensato! Nesta noite te pedirão a vida. Aquilo que preparaste, para quem será? 21 Assim é aquele que acumula para si e não é rico para Deus.
Queridos irmãozinhos povo de Deus,
neste 18º Domingo do Tempo Comum, a palavra do Senhor mostra a vida humana, imersa nas
realidades temporais. Hoje Jesus nos exorta que as riquezas são perigos para a nossa salvação, pois podem desviar-nos da meta do Reino de Deus.
O pregador do Eclesiastes é
pessimista, diante das realidades deste mundo, quando não se coloca o Criador,
em primeiro lugar na nossa existência. Pois tudo passa, tudo passará; só Deus que
não passa!
Tudo é ilusório; a existência humana escorre
sem sentido, como uma vela que se queima; não só as riquezas conquistadas deste
mundo, mas também a ciência, torna-se inútil, quando não colocamos Deus no
centro das coisas.
Para alguns, parece que as coisas
desse mundo, já lhes bastam. vivem só para essa vida, só essa existência; eles não tem outra felicidade, sob os
raios do sol dessa existência.
Do que comerem e beberem e ficarem alegres, passear, gastar, estar nos braços amados, por todos os dias de suas vida fugazes. Que importa o futuro eterno, que importa o fim!
Do que comerem e beberem e ficarem alegres, passear, gastar, estar nos braços amados, por todos os dias de suas vida fugazes. Que importa o futuro eterno, que importa o fim!
Os insensatos dizem: “Comamos e bebamos, pois
amanhã morreremos, vamos gozar a vida”. ( Is 22,13; 1 Cor 15,32) A maior lição
que nos chega deste livro, está contida exatamente na primeira leitura da
liturgia de hoje.
Resumindo-se na frase: "Vaidade das vaidades,
tudo é vaidade!” Vaidade, isto é, coisa vazia e sem sentido, são as
preocupações, e o trabalho de, acumular tesouros nesta vida.
E que triste, no final dessa vida, não
acordar para a verdadeira realidade que tudo o que conquistou ficarão por
aqui. “Vaidade de vaidade, tudo é vaidade, na morte o que será?
Nosso Senhor disse: “Não ajunteis para vós
tesouros na terra, onde a ferrugem e as traças corroem, onde os ladrões furtam
e roubam!” (Mt 6,19,)
“Pois que aproveitará ao homem ganhar o mundo
inteiro, se vier a perder a vida? “Ou que dará um homem em troca de sua vida?”
(Mc 8,36, Mt 16,26)
Aquela pessoa que se mata de
trabalhar a vida toda, perde o sono, os anos, enfrenta riscos, renuncia tantas
coisas só para aumentar seus bens, depois, antes que se perceba chega o momento
de deixar tudo, e quem vai gozar de toda a sua fadiga?
Quem é, que vai gozar a riqueza acumulada?
Alguém que não colaborou absolutamente em nada, alguém que nem é talvez o
próprio filho, mas um estranho; e muitas vezes acabam com a fortuna rapidamente
com coisas fúteis.
No Evangelho, Nosso Senhor
retoma o discurso da vaidade das riquezas, mas numa chave bem diferente. Parece-nos
que Jesus raciocina como o pregador do Eclesiastes, mas não! Nosso Senhor pensa a nosso respeito, nossa salvação, e sua misericórdia
Há pois uma grande diferença entre a primeira leitura e o Evangelho anunciado.
Por que o sábio Coélet, censura o homem ávido acumulador de
insensato? Porque o homem, não os goza ele mesmo de seus frutos de seu trabalho, que
incansável ao longo da vida o que ajuntou?
Por que é chamado de louco insensato por Jesus? É
chamado de insensato por Jesus, por “não ser rico de Deus!” Qual então, seria
ser rico da graça de Deus?
Seria o Cristão desapegado das riquezas
desonestas egoistas deste mundo; significa ajudar os pobres, lutar pelos oprimidos,
fazendo de suas conquistas amigos para o reino de Deus.
Isto é preparar-se um tesouro no céu,
onde a prata não perde o brilho e a traça não corroi. (Lc 12,33; 19,9) O
oposto de se enriquecer sem o temor de Deus é “acumular tesouros para si”.
Estamos, em certo sentido contrário, as
antípodas da moral do pregador do Eclesiastes: e a moral do Evangelho,
não é uma moral egoísta e hedonista, mas uma moral baseada no amor ao próximo e
na solidariedade fraterna.
O apego as coisas materialistas, tornam o
homem um idolatra, desumano, insensível ao amor, por isso não pode praticar a
caridade. Jesus disse: De que adianta ao homem vir a ganhar o mundo inteiro se
vier a perder a vida eterna? ( Mt 16,24-26)
Esta posturas que fala o Eclesiastes, acontece de
maneira, como considera certas entidades cristãs que pregam prosperidades, uma
salvação só para esta vida, eliminando o Criador Transcendente.
Na parábola do rico tolo, Jesus quer fazer nos
entender, quão errados são aqueles que põem toda a suas esperanças, suas vidas
nos bens materiais deste mundo.
“Havia um homem rico cujos campos
produziram muito [...]”. Irmãozinhos! Conhecemos bem esta parábola proclamada
do Evangelho de hoje que culmina na voz noturna de Deus ou da consciência.
“Insensato! Nesta noite ainda exigirão de ti a
tua alma. E as coisas que ajuntaste, de quem serão? Jesus neste Evangelho nós
exorta ao desapego das coisas deste mundo.
A ganância, o egoísmo, escraviza o ser humano,
fazendo-o esquecer do criador. Na párabola o homem insensato pensa que seus
dias estão garantidos, para viver e gozar a vida, mas esquece-se que a morte é
eminente.
Por isso Deus diz ao monólogo insensato: “Esta
noite pedirei a tua alma!” Esta passagem no Evangelho de hoje, nos leva também
a uma reflexão escatológica.
Estamos nos finais dos tempos, os homens mais
do que nunca buscam poderes e estatus sociais, e os pobres sofrem o desumano do
Mundo que esquece Deus.
Esquecem, que existe uma profecia pronunciada
pelo próprio lábios do Filho de Deus, que prometeu que vai voltar a qualquer
momento com glória, para julgar os vivos
e os mortos. (Mt 25,31-46)
Por isso aquela passagem no Evangelho de São
Mateus: “No meio da noite, porém, ouviu-se um clamor: Eis o esposo, ide-lhe ao
seu encontro. (Mt 25,6)
De qualquer forma, é evidente que a parábola
do estulto tem um fundo escatológico; tudo adquire significado pelo fato de
encontrar-se, com Jesus, diante de uma hora decisiva.
Discutir sobre a divisão de herança, ou pensar
somente em ampliar os celeiros, quando o Reino está próximo, é grande cegueira
e insensatez.
Era costume os mestres e rabinos do
tempo de Jesus, resolverem contendas e brigas entre familiares e vizinhos, constituírem
uma espécie de juiz de conciliação.
Jesus recusou este papel de arbítrio, para não ficar reproduzindo e legitimando o sistema que gera desavenças por causa de heranças. Jesus assume uma atitude de crítica cultural ao sistema, que provoca a cobiça e a ganância.
Portanto a razão profunda que faz aparecer o
tolo insensato, o agir daquele avarento é a existência e a iminência deste
mundo. “ Vaidade tudo é vaidade e tolice, você vai perder tudo o que tens e o
que não tens”.
O Sábio bíblico do Antigo Testamento, não conhecia ou não acreditava seriamente na ideia de uma
recompensa depois da morte, por isso que diz: É bobo quem não goza aqui neste mundo sua vida!
Agora com Jesus sabemos que existe
uma recompensa depois desta vida, uma ressurreição e uma vida eterna. O mais
importante nesta vida não é se enriquecer, como não é casar ou não casar, mas é
ser julgados dignos do século futuro. (Lc 20, 35)
A palavra de ordem deste Evangelho hoje e nos
alertar-nos: A insensatez, a avareza e mesquinhez, não se mede mais pelo que se
perde nesta vida, mas aquilo que podemos perder na outra.
Estamos na continuidade das
bem-aventuranças: O pobre é feliz porque possuirá o Reino dos céus, o rico
imanente é infeliz, porque não possui o Reino. São Paulo nos exorta
maravilhosamente.
“Se portanto, ressuscitaste com Cristo, buscai
as coisas do alto, onde Cristo está sentado a direita de Deus, aspirai as
coisas do alto, e não as terrenas. Amém!
Jesus é o Senhor!
Fontes: joseinacioh.blogspot.com 2013
ano“C”-- “Reflexão da palavra de Deus”, 18º Domingo do Tempo Comum: Lit. de
Raniero Cantalamessa“ O Verbo se faz carne” - Evangelho São Lucas 12, 13-21 com
o tema: Vaidades das vaidades – O rico estulto. Pg 694-697--
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