domingo, 31 de janeiro de 2016

EVANGELHO SÃO LUCAS 5,1-11 5º DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO LITÚRGICO "C" 2016 -- cor verde -- ANO DA MISERICÓRDIA -- Leituras: 1ª Is 6,1-2a. 3-8; Sl 137; 2ª 1Cor 15,3-8.11 -- Liturgia p/07/02/2016 - TEMA: LANÇAR AS REDES, CONFIANDO NA PALAVRA DO SENHOR!

      LANÇAR AS REDES, CONFIANDO NA PALAVRA!
               
Naquele tempo,1 Jesus estava na margem do lago Genesaré, e a multidão apertava-se para ouvir a palavra de Deus2 Jesus viu duas barcas paradas na margem do lago. Os pescadores haviam desembarcados e lavavam as redes.3 Subindo numa das barcas, que era de Simão, pediu que se afastasse um pouco da margem. Depois sentou-se e, da barca, ensinava  as multidões.4 Quando acabou de falar, disse a Simão: Avança para águas mais profundas, e lançai vossas redes para a pesca.5 Simão respondeu: “Mestre, nós trabalhamos a noite inteira e nada pescamos. Mas, em atenção à tua palavra, vou lançar as redes”.6 Assim fizeram, e apanharam tamanha quantidade de peixes que as redes não rompiam.7 Então fizeram sinal aos companheiros da outra barca, para que viessem ajudá-los. Eles vieram e encheram as duas barcas, a ponto de quase afundarem.8 Ao ver aquilo, Simão Pedro atirou-se aos pés de Jesus, dizendo: “Senhor, afasta-te de mim, porque sou pecador!”9 É que o espanto se apoderara de Simão e de seus companheiros, por causa da pesca que acabava de fazer.10 Tiago e João, filhos de Zebedeu, que era sócios de Simão também ficaram espantados. Jesus, porém, disse a Simão: Não tenhas medo! De hoje em diante tu serás pescador de homens”.11 Então levaram as barcas para a margem, deixaram tudo e seguiram a Jesus.

Palavra da salvação

Glória a vós, Senhor



                  
 O Evangelho deste Quinto Domingo Comum, é lindo, maravilhoso, abre-se com a descrição de uma cena simples e sugestiva: Jesus, sentado na barca de Simão Pedro, ensinando as multidões que se comprimem nas margens do lago, para ouvi-lo. 

É provável que Lucas, ao descrever esta cena, pensou no significado dela para a Igreja; o significado teológico  que vemos realizado agora, aqui entre nós: Estamos com efeito como uma grande multidão às margens do lago, para escutar Jesus Cristo que nos fala da “barca de Pedro”, isto é, do seio da Igreja. 

São dois mil anos de Igreja Católica, Ela foi fundada por nosso Senhor Jesus Cristo, na pessoa do Apóstolo Simão Pedro. Nosso Senhor disse: “Pedro tu és pedra e sobre esta pedra edifico a minha Igreja”. (Mt 16,18) O Papa Francisco é a continuação desta pedra fundamental;   Igreja Católica Apostólica Romana que vem através dos séculos, desde o primado de Pedro até nós.

 A pesca milagrosa tornou-se uma espécie de parábola da missão dos discípulos do Senhor. Daí em diante seriam pescadores de almas para o Reino de Deus. Eles deixaram tudo, barco, redes, trabalho para servir a um novo “patrão”: Jesus.

 O novo patrão e quem sabe onde e quando a rede deve ser lançada, e quem necessita de ser atraído para o Reino de Deus. A lida do mar da Galileia seria trocada pelo mar do mundo, onde se encontra a humanidade a ser apanhada pela rede do Evangelho.



15 Jesus disse: “Vão pelo mundo inteiro e anuncie a “Boa noticia” para toda a humanidade. 16 Quem acreditar e for batizado será salvo. Quem não acreditar será condenado”. (Mc 16,15-16) Esta troca de pescaria de peixes, por almas humana, os comportou uma verdadeira revolução na vida dos discípulos. 

Deixaram a tranquilidade da vida às margens do mar da Galileia, a estabilidade afetiva da família, os projetos pessoais, deixaram tudo para trás, agora são Missionários, deverão enfrentar o mar encapelado do mundo. Enfrentarão as tempestades e a possibilidade da pesca infrutífera, poderão morrer por causa do seu Mestre e seu Reino.

 Os barcos ficaram na praia, e foram em busca de novos horizontes levando a novidade do Reino de Deus, em águas mais profundas. Em pentecostes receberam a efusão do Espirito Santo, nada mais os pode segurar a não ser anunciar, que “Jesus Cristo é o Senhor!” (At 2,1-13) 

Já não era mais um salto no escuro, mas uma profunda confiança na pessoa de Jesus ressuscitado, que lançaram-se na aventura do amor, pelo serviço ao Reino. Hoje o Senhor também nos chama, não cessa de nos atrair a si; vem filhos meus vem..! 

O desejo de Deus está inscrito no coração do homem, já que ele foi criado por Deus e para Deus; e Deus não cessa de atrair o homem a si, e somente em Deus o Homem há de encontrar a verdade e a felicidade que não cessa de procurar. ( CIC. Cap. 1: Parag. 27 “O desejo de Deus”) 

Voltando novamente para o texto do Evangelho, o Evangelista Lucas mostra nos que o chamado de Jesus se realiza em “águas mais profundas” Aquele que nos chama exige uma resposta de nossa parte, uma resposta de fé, não só isso, faz necessário trabalhar a noite inteira, lançar cada vez mais as redes para pescar homens e mulheres, não ter medo de deixar tudo por causa da palavra do Reino.

 Igreja..! Não podemos ficar parados na margem, temos que mergulhar em nossas próprias profundezas, no nossos próprio coração avançar cada vez mais, sermos ousados, libertar de nossos medos interiores e seguir Jesus. Ao longo da história quantos homens e mulheres deixaram tudo por causa de Jesus. 

Que resposta vamos dar ao chamado de Deus, nossa vocação? Bom seria se respondêssemos como o Profeta Isaías: “Aqui estou! Envia-me! Apesar de nossas limitações, Ele quer contar com cada um de nós. Vamos deixar que o Espírito Santo nos transforme em instrumento de sua missão. 

A igreja de Cristo é uma grande barca, carregada de tesouros espirituais de salvação, que faz águas em direção ao Reino celeste, cujo capitão é o próprio Nosso Senhor Jesus Cristo. O mar é Deus e o barco sou eu, que me leva pra frente impulsionado pelo Espírito Santo, ´é Deus. Amém!

Jesus é o Senhor!


FONTES: TEXTOS ELABORADOS: FOLHETOS LITÚRGICO -" O EVANGELHO DE CADA DIA Pg 189 5º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO "C" ( P. JALDEMIR VITÓRIO Sj) -- DEUS CONOSCO dia a dia Pg 45 e 120 5º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO "C" 2016 -- BÍBLIA PASTORAL.




domingo, 24 de janeiro de 2016

EVANGELHO SÃO LUCAS 4,21-30 - 4º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO "C" 2016 - "ANO DA MISERICÓRDIA" Leituras: 1ª Jr 1,4-5.17-1; Sl 70; 2ª 1Cor 12,31-13,13 - Cor verde - Litúrgia p/31/01/2016

                                                                 
    JESUS LIBERTADOR E SINAL DE CONTRADIÇÃO!
                                                 
Naquele tempo, estando Jesus na sinagoga, começou a dizer: 21 “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir”.22 Todos davam testemunho a seu respeito, admirados com as palavras cheia de encanto que saíam da sua boca. E diziam: “não é este o filho de José?”23 Jesus, porém, disse: Sem dúvida, vós me repetireis o provérbio: Medico, cura-te a ti mesmo. Faze também aqui, em tua terra, tudo o que ouvimos dizer que fizestes em Cafarnaum”.24 E acrescentou: “Em verdade eu vos digo que nenhum profeta e bem recebido em sua pátria.25 De fato, eu vos digo: no tempo do profeta Elias, quando não choveu durante três anos e seis meses e ouve grande fome em toda a região, havia muitas viúvas em Israel.26 No entanto, a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a uma viúva  que vivia em Sarepta, na Sidônia. 27 E no tempo do profeta Eliseu havia muitos leprosos em Israel. Contudo, nenhum deles foi curado, mas sim Naamã, o sírio”.28 Quando ouviram estas palavras de Jesus, todos na sinagoga ficaram furiosos.29 Levantaram-se e o expulsaram da cidade. Levaram-no até ao alto do monte sobre o qual a cidade estava construída, com a intensão de lançá-lo no precipício.30 Jesus porem, passando pelo meio deles, continuou o seu caminho.

Palavra da salvação.

Glória a vós, Senhor!


"HOJE SE CUMPRIU ESTA PASSAGEM DA ESCRITURAS QUE ACABASTES DE OUVIR!" Lc 4,21


 Queridos irmãos igreja do Senhor, o Evangelho de hoje é a continuação do texto de Domingo passado, no qual Nosso Senhor foi a sinagoga de Nazaré, ali Jesus manifestou-se solenemente, que era o Messias.

 Jesus leu a passagem do oráculo do profeta Isaías: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu; e enviou-me para anunciar a Boa Nova aos pobres”. (Is 61,1)

No Evangelho de Domingo passado, desenvolveu-se o tema, falando dos pobres, dos oprimidos, das bem-aventuranças, da alegria de receber a novidade do Reino, e de anunciar a palavra de Deus.

 Hoje na continuação do texto, vemos que existem aqueles que recebem com alegria e fé, a palavra de Deus, outros que recebem a“Boa Nova,” com aversão, ao Filho de Deus.  

São Lucas, transformou a narração da volta de Jesus a Nazaré, e a colocou no início de seu ministério público, exatamente para destacar esta verdade; sacrificando a história do fato, para evidenciar o fato da história. 

 Isto é, uma história mais profunda e importante, que também o evangelista João, colocou no início do seu Evangelho: "Veio para o que era seu, mas o seus não o receberam". (Jo 1,11)
                                             

 Tudo isso porém, não se deve fazer-nos esquecer, que Nosso Senhor Jesus Cristo é profeta por excelência. Ele mesmo, na sua primeira pessoa, com suas palavras, se dirige a seus conterrâneos na sinagoga de Nazaré. 

Jesus se coloca na linhagem dos grandes profetas..! " Eu Sou", o ungido de Deus que fala com vocês..!" (Sl 2,7) Deus adota o líder politico justo, como seu próprio Filho. A função desse líder é tornar visível a presença e a ação do Deus invisível.

Jesus leu o oraculo de Isaías, no púlpito da sinagoga de Nazaré quem diz cumprir em si a Escritura. "Todos davam testemunhos a seu respeito, admirados com as palavras cheias de encanto que saíam de sua boca". E diziam: "Não é este o filho de José?" (Lc 4,22)

Sabemos também que o povo o considerava um profeta, pelos sinais maravilhosos que realizava; ou melhor, "o profeta esperado desde Moisés, por todo o povo de Israel". (Dt 18,15)

Mais tarde, os seus discípulos, abandonaram este título para expressar que Jesus era “mais do que um profeta”, era o Filho. 

 O Deus, que havia falado nos tempos antigos, por meio dos profetas, ultimamente nos falou por seu Filho. (Hb 1,1-2; Jo 1,1-18)

 Jesus é o cumprimento da profecia, porque sobre Ele “repousou” todo o Espírito Santo. Jesus Cristo não é o comunicador da palavra de Deus; Ele é, a própria palavra de Deus, o Verbo divino que se fez carne e habitou no meio de nós! 
                                 

 Uma palavra, que revela o rosto amoroso do Pai, que conserva, todas as características daquelas dos profetas, que ao longo dos seculos anunciaram o salvador prometido."Jesus é o Deus Emanuel, Deus conosco". (Is 7,14)

Ela é o juízo de Deus sobre os homens, que abate as mentiras e o reino abusivo de satanás, para edificar o Reino de Deus, que é o Reino da verdade e de vida eterna. (Jo 18,37)

 O Evangelho é no seio da humanidade, a profecia viva e  perene, ele é a contestação de todos falsos ídolos, de todo poder não constituído  por Deus.

 Por isso, a palavra de Deus é a força que impele a história para frente, rumo à escatologia: Rumo ao juízo final, rumo aos novíssimos do homem, onde naquele dia, Deus se manifestará sua bondade eterna e fará a sua justiça.

 No contesto do Evangelho de Lucas, a reação negativa dos ouvintes de Jesus, logo no primeiro dia de sua missão; confirma a profecia de Simeão: Este menino será sinal de contradição. (Lc 2,34) 

 Esta rejeição acompanhou, toda a atividade missionária de Jesus. O profeta é aquele que anuncia a verdade de Deus, e denuncia a mentira no meio da humanidade.

 A voz profética que ressoa no mundo, nem sempre é acolhida por todos os homens. Nestes finais de tempo, o relativismo religioso o pluralismo pagão, faz com que o Reino de Deus, seja objeto de contestação, pelo materialismo mundano. 

Nosso Senhor viveu essa experiência de desprezo em Nazaré da Galileia: Ele foi rejeitado em sua cidade Natal.

“Dizia Jesus aos seus conterrâneos: “Sem dúvida, vós repetireis o proverbio: "Médico, cura a ti mesmo. Faze também aqui, em tua terra, tudo o que ouvimos dizer que fizestes em Cafarnaum”. (Lc 4,23) 

Esse desencontro de Jesus com seus contemporâneos, vem chamar a nossa atenção para necessidade de retomar em nossa Igreja a profecia.

 Cada um de nós somos chamados pelo nosso batismo, à anunciar o Evangelho sem cessar, com nossas seriedades, nos compromissos cotidianos, com nossas atitudes cristãs, diante da sociedade, como bons cristãos.

 Irmãozinhos..! O que hoje celebramos deve provocar em nós o desejo sincero de ser anuncio vivo no mundo, tão carente da palavra de Deus. 

Sabemos que existem muitos irmãos nossos, nestes tempos atuais, que estão sendo perseguidos e mortos, por causa do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. 

Ser profeta neste tempo tão conturbado, é abraçar a mensagem de Jesus de Nazaré sem medo e sem reservas. Rejeitar o Evangelho é como rejeitar o próprio Cristo!?

 Um cristianismo fiel a Jesus deve ao mundo uma palavra profética e uma liturgia que sustente a luta dos pobres e dê razão a quem vive a fé em meio a sofrimentos e desafios.

 Assim como Jesus foi expulso de Nazaré, por pregar o Reino de Deus, também nós seremos perseguidos, por anunciar Jesus crucificado, ressuscitado. 

O verdadeiro cristão não é diferente de seu Mestre e Senhor, neste mundo tão marcado pelo jogo de interesses, mas a sua palavra nos faz livres e profetas do Reino. A hostilidade dos judeus não triunfou sobre Jesus, porque Ele tinha uma missão a cumprir, para realizar o plano salvífico do amor de Deus por nós. 

A decisão decisiva, deverá acontecer na sua morte; Jesus parecerá estar derrotado, mas o seu extremo fracasso se converterá em vitória, derrotando o poder das trevas,  gerando luz e vida sobre a morte.



A reação dos habitantes de Nazaré é violenta; rejeitam Jesus e seu programa de libertação, e tenta precipita-lo dum despenhadeiro, mas milagrosamente “Jesus sai e passa por eles sem que eles o toquem, continuando o seu caminho.” (Lc 4,30) 

 A profecia levou Jesus à morte, mas a grandeza desta morte não está tanto no fato de que é uma morte profética, quanto no fato de que é uma morte de amor por nós pecadores. 

Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho único em resgate de nossos pecados. Na agonia da cruz Nosso Senhor invocava o perdão: “Pai perdoa-lhes porque não sabem o que fazem..!”  

O sacrifício da cruz é para a igreja, a suprema profecia na história do homem, e é, igualmente a suprema caridade; ela é, com efeito, ao mesmo tempo, o “não” mais poderoso que jamais fora pronunciado contra o pecado.

 Do alto da cruz Jesus bradou: "Pai perdoai-os, porque não sabem o que fazem!" (Lc 23,34)  E é, o “sim” maior que tenha sido pronunciado para o pecador. Por isso que Jesus Cristo é o Senhor! Amém!

Jesus é o Senhor!


  FONTES: HOMILIA DE RANIERO CANTALAMESSA: SUA OBRA "O VERBO SE FAZ CARNE" TEMA:CARIDADE NA IGREJA --EVANGELHO DE SÃO LUCAS 4,21-30 4º DOMIGO DO TEMPO COMUM -ANO"C"-- FOLHETO LITURGICO:  DIA DO SENHOR GUIA PARA CELEBRAÇÕES, DE CARPANEDO E GUIMARÃES. PG 67 - EVANGELHO SÃO LUCAS 4,21-30 4º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO "C"  FOLHETO LITÚRGICO: DEUS CONOSCO dia a dia Pg 114 - ANO "C" 2016 -- BÍBLIA DO PEREGRINO--
                             

       















  




domingo, 17 de janeiro de 2016

EVANGELHO SÃO LUCAS 1,1-4;4,14-21 - 3° DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO "C" 2016 - "ANO DA MISERICÓRDIA" - COR VERDE Leituras:1ª Ne 8,2-4a.5-6.8-10; Sl 18; 2ª 1Cor 12,12-14.27 - Litúrgia: p/24/01/2016 -

PARA ANUNCIAR A BOA NOVA AOS POBRES!
1Muitas pessoas já tentaram escrever a história dos acontecimentos que se realizaram entre nós, como nos foram transmitidos por aqueles que, desde o princípio, foram testemunhas oculares e ministros da palavra. Assim sendo, após fazer um estudo cuidadoso de tudo o que aconteceu desde o princípio, também eu decidi escrever de modo ordenado para ti, excelentíssimo Teófilo. Deste modo, poderás verificar a solidez dos ensinamentos que recebestes.4,14 Naquele tempo, Jesus voltou para a Galileia, com a força do Espírito, e sua fama espalhou-se por toda a redondeza.15 Ele ensinava nas suas sinagogas e todos o elogiavam.16 E veio a cidade de Nazaré, onde se tinha criado. Conforme o seu costume, entrou na sinagoga, no sábado, e levantou para fazer a leitura. 17 Deram-lhe o livro do profeta Isaías. Abrindo o livro, Jesus achou a passagem em que está escrito:18 “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa-nova aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos 19 e para proclamar um ano da graça do Senhor”.20 Depois fechou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-se. Todos os que estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele.21 Então começou a dizer-lhes: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir”. (Lc 1,1-4;4,14-21)

Palavra da salvação.
Glória a vós, Senhor!



Queridos irmãozinhos Igreja do Senhor, o Evangelho deste Domingo é maravilhoso, Nosso Senhor Jesus Cristo, após a tentação no deserto, vai para a Galileia. Num dia de sábado Ele entrou na sinagoga de Nazaré e se manifestou publicamente, que era o Messias esperado; Ele, agiu sozinho, cheio do Espírito Santo. Ele ainda não havia chamado seus discípulo. 

Ele abriu o livro do profeta Isaías e leu a passagem: “O Espírito do Senhor está sobre mim, [...]". (Is 61,1-11) Jesus não abriu o livro a esmo, como se tirasse a sorte, para que Deus lhe falasse magicamente. Ao contrário, abriu e “achou a passagem” que colocava na estatura de profeta e de sacerdote, e Ele abriu sua boca santíssima e proclamou!

 “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com unção para anunciar a boa nova aos pobres; enviou-me para proclamar aos cativos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos e para proclamar um ano da graça do Senhor”. (Is 61,1)

 Com autoridade Jesus leu a passagem, depois calmamente sentou-se, o povo tinham os olhos fixos Nele, esperando sair de sua boca santíssima, as palavras poderosas edificantes. Muitos mestres, letrados nas Sagradas Escrituras, ao longo dos séculos, haviam lido esta passagem, nas sinagogas e templos.

Liam e reliam o livro de Isaías, e o sentido sempre ficava o mesmo, isto é, a meio caminho, sem a revelação verdadeira. Agora um jovem carpinteiro de Nazaré, lhes falava que o Reino de Deus tinha chegado, que estava sendo cumprido a profecia de todos os profetas. O Messias tanto esperado, chegou..!

 Aquele dia, a palavra de Deus, que se fez carne, o seu “Eu”(O Verbo Transcendente) estava lendo de viva voz, a profecia de Isaías, e o pronuncia autenticamente, que a palavra de Deus estava sendo cumprida. Emanuel Deus conosco, tinha chegado..!

 Jesus disse: “Hoje em vossa presença, cumpriu-se esta escritura!” Sou Eu que vos falo..! ( Lc 4,21) Jesus não lê apenas um texto casual, da Escritura. Que maravilha! Jesus lê o seu próprio texto, que fala de si mesmo, é Ele que lhe dá sentido, é, Ele o sentido do Reino de Deus, é Ele  que completa tudo: "Tudo foi feito Nele e para Ele". ( Cl 1,15-20) Jesus Cristo é o Senhor! Aleluia..!

 Solenemente, declarou-se, o ungido de Deus no poder do Espírito Santo, e a sua unção e de sentido Messiânico. Jesus diz: “ Isaías está falando de mim,  “Sou eu” o Messias esperado, sou eu mesmo que vos falo com vocês! (Sl 2.7)  Hoje se cumpriu este oráculo que vós acabais de ouvir..!

 Chegou à maturidade a promessa antiga de Deus; hoje, comigo, realiza-se aquele senhorio novo de Deus sobre a terra. Em outras palavras, repetia seu convite: "Convertei porque o Reino de Deus chegou!" ( Mt 3,2) 

Irmãozinhos..! Este Reino anunciado por Jesus, significa, o senhorio de Deus, um senhorio que não se expressa em dominação, e imposições de leis, mas na libertação de tudo aquilo que escraviza a alma, e nos faz perdemos, a paz e a alegria do Espírito.

 Para os pobres, o Reino de Deus é um "alegre anúncio," uma vez que num Reino de Deus, organizado desta forma, não vigoram aquelas leis ferrenhas, impiedosas de opressão. Posso estar no maior sofrimento desta vida, mas tenho a consolação, e a esperança da vida eterna:"O meu Redentor, o meu Cristo Vive..!" (Jó 19,25)
                                   
               
 No Reino de Deus, as relações são invertidas: Os últimos são os primeiros, e são os convidados de honra. A pergunta é: quem são os pobres a quem é anunciada esta alegre mensagem? Qual é a pobreza bem-aventurada? Talvez digamos num materialismo, com muita convicção: "É um estado social." 

Pelo simples fato de ser pobre, não possuir bens, de estar à mercê dos outros. Nestes tempos finais, são os oprimidos, os doentes, os miseráveis que passam fome, fome de justiça, os enjeitados, os banidos de suas pátrias por causa das guerras, os descriminados e abandonados, os drogados, emfim, marginalizados pela capitalismo insensível que se impõem, que ai está. 

Talvez digamos com a espiritualidade da misericórdia: "É um sofrimento!"- "É uma atitude de espírito", é um modo de ser pobre, que supõe a pobreza de fato, que não se identifica com a miséria extrema, mas aquela pobreza sem acréscimo, do texto de Lucas das bem aventuranças. (Lc 20)

 Ou a “pobreza  em espírito” das bem-aventuranças de Mateus, tomadas juntas. (Mt 5,3) Um verdadeiro cristão vai dizer consigo: "Mas como posso ser feliz com as bem-aventuranças, se meu próximo padece e tem fome?

 A pobreza evangélica não se podem entender em toda a sua complexidade a não ser considerando-a com dois olhares; os dois evangelistas evidenciaram um aspecto real da pobreza ouvido de Jesus; aspecto integral só é visto colocando junto as duas partes do conceito de pobreza: o de Lucas e o de Mateus. Uma pobreza só “de Espirito”! 

Viver esta situação de pobreza significa renunciar a competir com o mundo, tramar vinganças de marca política, comportar-se como vítimas; significa confiar em Deus e, sobretudo, continuar a amar e perdoar, como faziam os primeiros cristãos que foram marginalizados e perseguidos do que nós. 

A respeito dos quais encontramos escritos que “desculpavam a todos, não condenavam ninguém; davam liberdade a todos, não obrigavam a ninguém e rezavam por aqueles que os torturavam. ( In: Euzébio, Storia eccl. Vol. 1 e 2).

 Guardando o rolo do livro do profeta Isaías, naquele dia, Jesus disse: Hoje se cumpriu esta Escritura. Também nos fechamos o livro do Evangelho, do qual ouvimos estes ensinamentos. Vamos guardar as palavras de Nosso Senhor em nosso coração.

 Vamos por em pratica, as palavras do Senhor! "Palavra e ação", mas nem tudo pode acabar aqui; aliás, num certo sentido, tudo começa neste momento; se compreendermos essas coisas (que o Reino de Deus é para os pobres) , "sereis felizes, sob condição de as praticardes". (Jo 13,17)

 Hoje como cristão somos chamados a viver a fé em comunidade. Nela aprendemos a partilhar o que somos e temos. Na vida da comunidade, a Escritura se cumpre quando cada um de nós, procura colocar os dons recebidos, a serviço de todos, sem olhar a quem. ( 1Cor 12,4-11)

Jesus na sinagoga era um rosto comum, como tantos outros e hoje, ainda o seu rosto também é comum, porque é o rosto conhecido de tantos pobres, cativos, cegos e oprimidos.

 E nós mesmo que dizemos cristãos, com nossos “olhos fixos Nele,” muitas vezes não o enxergamos, porque tentamos vê-lo com lentes de proselitismo, e não com olhos humanos da compaixão. 

 Hoje o Senhor está falando conosco, que anunciemos o Evangelho  e salmodiemos com alegria: "Vossas palavras, Senhor, são espírito e vida! (Sl 18) Amém!

Jesus é o Senhor!




FONTES: TEXTOS ELABORADOS DA HOMILIA DE RANIERO CANTALAMESSA ; TERCEIRO DOMINGO DO TEMPO COMUM – EVANGELHO DE SÃO LUCAS 1,1-4;4,14-21- "VERBO SE FAZ CARNE" Pg 615-618-- FOLHETO LITÚRGICO DEUS CONOSCO dia a dia: EVANGELHO SÃO LUCAS 1,1-4;14-21 - 3º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO “C” 2016 - ANO DA MISERICÓRDIA - "SE EU CANTAR POR MEU IRMÃO" Cd DO PADRE ZEZINHO SCJ.


domingo, 10 de janeiro de 2016

EVANGELHO DE SÃO JOÃO 2,1-11 2° DOMINGO DO TEMPO COMUM -- ANO "C" 2016 -- "ANO DA MISERICÓRDIA"---- COR VERDE -- leituras: 1ª Is 62,1-5; Sl 95; 2ª Cor 12,4-11.-- LITURGIA P/17/01/2016


As Bodas de Caná 
"AGORA TIRAI E LEVAI AO MESTRE SALA!" Lc 2,8
Naquele tempo,1 houve um casamento em Caná da Galileia. A mãe de Jesus estava presente.2 Também Jesus e seus discípulos tinham sido convidados para o casamento.3 Como o vinho veio a faltar, a mãe de Jesus lhe disse: “Eles não tem mais vinho”.4 Jesus respondeu-lhe: “Mulher porque dizes isso a mim? Minha hora ainda não chegou”.5 Sua mãe disse aos que estavam servindo: “fazei o que ele vos disser”.6 Estavam seis talhas de pedra colocadas para a purificação que os judeus costumam fazer. Em cada uma delas cabia mais ou menos cem litros.7 Jesus disse aos que estavam servindo: “Enchei as talhas de água”. Encheram-nas até a boca.8 Jesus disse: “ Agora tirai e levai ao mestre sala”. E eles levaram.9 O mestre-sala experimentou a água, que tinha transformado em vinho. Ele não sabia de onde vinha, mas os que estavam servindo sabiam, pois era eles que tinham tirado a água.10 O mestre-sala chamou então o noivo e lhe disse: “Todo mundo serve primeiro o vinho melhor e, quando os convidados já estão embriagados, serve o vinho menos bom. Mas tu guardastes o vinho bom até agora!”11 Este foi o início dos sinais de Jesus. Ele realizou em Caná da Galileia e manifestou a sua glória, e seus discípulos creram nele. Jo 2,1-11

Palavra da salvação.
Glória a vós, Senhor!

"FAZEI TUDO O QUE ELE VOS DISSER!"



Querido povo, igreja do Senhor, estamos no Segundo Domingo do Tempo Comum. O Evangelho de hoje é lindo, maravilhoso; tem o toque feminino, preocupado, da mãe de Jesus. Maria aponta para nós o caminho:"Fazei o que Ele vos disser!"Em Caná da Galileia, se iniciam a vida pública de Nosso Senhor, os sinais libertadores do Reino de Deus. 

Jesus o Filho amado do Pai, começa a revelar a sua identidade de Messias, o esposo da humanidade. O Apóstolo João, no texto deste Evangelho, quer nos falar de um Deus nupcial, que desposou a humanidade, por meio de seu Filho Jesus, o noivo eterno da Igreja..!

As núpcias nas Sagradas Escrituras, sempre foram a melhor imagem, para exprimir os laços do Senhor, para com seu povo. Em Caná da Galileia, se realizou o sinal do Vinho Messiânico; em Jerusalém o Cristo anunciou o sinal da ressurreição, o amor de Deus pela sua amada Igreja. 

Na união do Cristo e a Igreja, Ele à amou e se entregou por ela eternamente; derramando seu sangue redentor, no madeiro da cruz. "Deus amou o mundo de tal maneira, que deu seu Filho único, para que todo aquele que nele crê, não pereça mas tenha a vida eterna". (Jo 3,16)

 O Evangelista João, na sua narrativa das Bodas de Caná, aponta para um detalhe fundamental. A água que foi transformada em vinho, foi tirada das talhas de pedra, que segundo os costumes do ritual judaico, servia para a purificação dos convidados. 

Os serventes que acreditaram nas palavras de Maria prontificaram em abastecer as talhas de água. "Fazei tudo o Ele vós disser!"Graças a fé daqueles servos, que buscaram a água e encheram as talhas, Nosso Senhor pode realizar o milagre do vinho. 

 Com este gesto Jesus quer revelar, que nenhuma tradição pode se fechar num ritualismo legalista, pois, quando isso acontece, é destruída a alegria de viver, os corações se tornam, insenssiveis como pedra, como as das talhas, e é, aniquilado o senso de humor, tão vital para enfrentar a imprevisibilidade do dia a dia.

 Precisamos  do discernimento e perceber, quanta beleza ainda existe para nós, partindo desse ponto, lutarmos contra tudo aquilo, que destrói a verdadeira alegria, pois o elemento constituinte do cristão é a alegria. A alegria é o sorriso é o grande exorcismo, na luta contra o poder das  trevas. 

O Espírito Santo que nos conhece, distribui seus dons e age em cada um de nós, preparando nossos caminhos; pois para Deus não existe tristeza, pois Ele é somente alegria. Peçamos sempre ao Espírito Santo de Deus: Senhor, dai-nos sempre o dom da alegria..! (Ne 8,10)

 Jesus não rompeu com a tradição cultural judaica, mas à transfigurou, transformando a água no vinho, para manter os corações aquecidos e a alegria dos convidados, na festa nupcial de Caná. Agora na festa Eucarística que celebramos, o mesmo Espirito Santo que fez o milagre do vinho em Caná, pela pessoa de Cristo, transforma (Transubstancia) o pão e o vinho que oferecemos no altar, no Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo. 

"Nas orações Eucaristicas o Sacerdote brada solenemente após a consagração: Tudo isso é mistério da fé..!  E nos respondemos: Toda vez que se come deste pão, toda vez que se bebe deste vinho, se recorda a paixão de Jesus e se fica esperando sua volta. ( Oração Eucarística V)

Jesus naquele tempo, isto é, pouco depois do seu batismo no Rio Jordão, se encontrava naquelas imediações tinha começado a pregar e fazer discípulos; também era convidado daquela festa. A mãe de Jesus também estava lá, com seus serviços prestativos, aos anfitriões noivos da casa.  

Sabemos pela narração do Evangelho, que depois de alguns dias, começou a faltar o vinho, a serenidade e a alegria daqueles esposos e de sua família, estavam ameaçadas por um grande perigo; aquilo que deveria constituir para eles a recordação mais linda de sua vida, talvez a única festa verdadeira, durante uma existência inteira de trabalhos e fadigas, estava para transformar num fato humilhante. 
                          
MAS TU, GUARDASTE O VINHO BOM ATÉ AGORA!
Lc 2,1-11
Um pouco de vinho era, talvez a coisa melhor que podia oferecer aos convidados; se faltasse, não restava outra coisa senão despedi-los, pois nada mais podiam oferecer-lhes. Maria que estava entre aqueles que ajudavam a família de esposos, percebe a situação, e disse a Jesus em tom aflito: “Eles já não têm mais vinho”.

 Jesus disse a sua mãe: “Mulher, porque dizes isto a mim? Minha hora ainda não chegou”. Jesus opôs um pouco de resistência, mas depois fez o milagre; da água soube tirar um novo vinho para continuar a festa. A presença do Senhor Jesus salvou a alegria dos esposos e permitiu que a festa continuasse.

 Vamos nos concentrar com muita atenção na leitura da Boa Noticia de hoje, no episódio das bodas de Caná. Qual é o motivo que a igreja escolheu este Evangelho para a Santa Missa desse Domingo. Na festa da Epifania Deus manifestou  o seu Filho, neste Domingo no episódio do milagre do vinho o Filho de Deus deu início aos sinais e manifestou a sua glória e seus discípulos creram nele.

Nosso Senhor inicia a sua vida pública em Caná da Galileia com o primeiro milagre da água transformada em vinho. O fruto de sua manifestação é a fé, Jesus...manifestou sua glória, seu poder e os seus discípulos “creram” nele. Trazendo para a nossa realidade espiritual, qual é a mensagem que podemos tirar desta linda reflexão da Boa Nova de hoje? Maria aponta para nós o caminho: “Fazei o que Ele vos disser”. 

 Acolhamos na fé os sinais da presença amorosa do Senhor, e estejamos atentos, como Maria, aos fatos do nosso dia a dia e aos da comunidade, que revela o amor do Senhor. O Espírito Santo que nos conhece e distribui, diversamente seus dons age, aqui e agora, em nós e por nós, preparando caminho de encontro esponsorial, cujo noivo é o próprio Jesus. Pois para Deus não existe amor sozinho, Jesus é o noivo da Igreja que somos todos nós! O Espírito e a Esposa dizem: "Fazei tudo o que Ele vos disser!" Amém!

 Jesus é o Senhor!


FONTES: TEXTO ELABORADO DA HOMILIA DE RANIERO CANTALAMESSA 2º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO "C" - EVANGELHO DE SÃO JOÃO 2,1-12 -HOMILÉTICOS: VERBO SE FAZ CARNE Pg 610-614 -- FOLHETO LITÚRGICO: DEUS CONOSCO dia a dia - EVANGELHO SÃO JOÃO 2,1-12  2º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO "C" 2016 - Pg 68-70 - BÍBLIA DO PEREGRINO -- 







domingo, 3 de janeiro de 2016

Evangelho são Lucas 3, 15-16.21-22 - "Batismo do Senhor!" Côr litúrgica branca - "Ano da Misericórdia" -- leituras: Is 42,1-4.6-7; Sl 28; At 10,34-38 -- Liturgia p/ 10/01/2016

           MERGULHAR NO PRÓPRIO BATISMO!
                                        

Naquele tempo,15 o povo estava na expectativa e todos perguntavam no seu íntimo se João não seria o Messias. 16Por isso João declarou a todos: "Eu vos batizo com água, mas virá  aquele que é mais forte do que eu. Eu não sou digno de desamarrar a correia de suas sandálias. Ele vós batizará no Espírito Santo e no fogo". 21 Quando todo o povo estava sendo batizado, Jesus também recebeu o batismo. E, enquanto rezava, o céu se abriu 22 e o Espírito Santo desceu sobre Jesus em forma visível, como pomba. E do céu veio uma voz: "Tu és o meu Filho amado, em ti ponho o meu bem querer". Lc 3, 15-16.21-22

Palavra da salvação.
Glória a vós, Senhor!


Queridos irmãozinhos em Cristo Jesus, a liturgia deste Domingo é linda, maravilhosa; O Evangelho de São Lucas, nos transporta, ao Jordão, o batismo de Nosso Senhor Jesus Cristo! Jesus não precisava ser batizado, pois não tinha pecado, mas Ele foi até o Batista, para ser batizado. Deixando-nos o exemplo, que todos nós precisamos ser batizados para que tornemo-nos filhos adotivos, de Deus em Cristo Jesus. (Gl 4,4-7)

 João não queria batiza-lo e dizia: Eu que preciso ser batizado por ti e tu vens a mim,  mas Jesus insistiu: “Deixe assim por enquanto; convém que assim façamos, para cumprir toda a justiça”. E João concordou. ( Mt 3,14-15)  No tópico do Evangelho de hoje se fala de dois batismo: "O batismo que Jesus recebe e o batismo que Jesus promete; fala-se do batismo de Jesus e do nosso batismo".

 Na primeira noticia, fala-se como um evento histórico ( Lc 3,1-3: No ano décimo quinto do reinado de Tibério [...], João Batista, percorria toda a região do Jordão); da segunda noticia, a mensagem, fala ao futuro, pela boca do profeta João  Batista, de uma promessa: "Ele vos batizará  no Espírito Santo e no Fogo". (Lc 3,16) Essas palavras representam, para o sacramento do "batismo," aquele discurso sobre o pão da vida, na sinagoga de Cafarnaum,  a "Eucaristia". (Jo 6,24-35)

 Os dois sacramentos, antes de serem instituídos, em sua morte-ressurreição, foram prometidos e explicados por Nosso Senhor Jesus Cristo.(Jo 6,54-56) O batismo que Jesus recebeu de João é  o batismo velho da penitencia com água; mas o fato que desceu sobre Ele o Espírito Santo, de forma corpórea, como uma pomba, fez daquele batismo um batismo novo, o primeiro batismo no Espírito Santo.



 Não foi a água do Jordão que santificou Jesus, mas foi Jesus que santificou a água; sim, todas as águas. A cada batismo que nós cristãos fazemos, prolongamos o mistério daquele dia: O Espírito Santo desce sobre a criatura e ela se torna filho de Deus em Cristo Jesus. Nosso Senhor ao sair do Rio Jordão, saiu pleno do Espírito Santo, mas também, naquele momento solene, tomou sobre si, todos os nossos pecados e nossas misérias. Jesus é o Deus que nos salva e nos liberta..! 

Ele é o Filho de Deus, o Cordeiro de Deus, que veio tirar os pecados do mundo. (Jo 1,29) Irmãozinhos deste evento grandioso é marcada a nossa vida cristã, pelo nosso batismo, no Pai, no Filho e no Espírito Santo, tornamo-nos filhos de Deus, co-herdeiros de Deus em Cristo Jesus. ( Rm 8,13-17; Gl 4,7) O batismo  foi e continua sendo para muitos cristãos, como um presente embrulhado, recebido a muito tempo, mas que não foi ainda, desembrulhado e aberto.

 Temos o pacote do presente, mas não sabemos que somos ricos, não pensamos em agradecer, louvar e alegrar-nos como filhos ricos da graça de Deus. Nesta festa de hoje, devemos abrir decididamente aquele presente embrulhado, e mergulharmos, nas águas do nosso batismo. Peçamos sempre ao Espírito Santo em nome de Jesus, "Senhor batiza me outra vez!"

Os dons de Deus são irrevogáveis, e se tornam verdadeiros e operantes em nós, no momento em que, iluminados pelo Espírito Santo, o desejamos e tomamos consciência dele e o acolhermos com toda a nossa pobre fé. O batismo no Espírito, é o batismo de fogo cujo batizador é o próprio Nosso Senhor Jesus Cristo..!

( Rm 11,29) Digamos com fé ao Senhor: Batiza-me Senhor com teu Espírito Santo de amor..!  Jesus ao ser batizado por João no Jordão o céu se abriu e uma voz se fez ouvir: “Eis o meu Filho amado”. Assim, a voz de Deus anuncia ao mundo a filiação divina de Jesus Cristo nas águas do Jordão.

 Ao mesmo tempo, as forças do Espírito Santo repousa sobre Ele, as antigas promessas de um Messias libertador tornam-se reais para o povo sofredor. Irmãozinhos Igreja do Senhor, o batismo de Jesus é sinal de nossa consagração batismal, gesto que nos une agora ao redor do altar com o Cristo, com muita alegria, renovemo-nos neste festivo Domingo, nossas promessas  batismal.
                                       

 O Batista disse aos penitentes: Eu batizo com água mas aquele que vem depois de mim é mais forte que eu, Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo, e, eu não sou digno de desamarrar suas sandálias. (Lc 3,16) No tempo de Jesus existia e vigorava a lei do levirato conforme o (Deuteronômio 25,5-10), se um homem viesse a falecer, o seu irmão deveria receber por esposa, sua cunhada para honrar o falecido, proteger a viúva, a família, o clân e os bens materiais.

 Caso o cunhado não quisesse  receber a viúva por esposa, se realizava um ritual diante dos anciões, no qual a viúva tirava as sandálias do cunhado dizendo: “É isso que deve fazer a um homem, que não edifica a casa do seu irmão”. O gesto de tirar as sandálias é um gesto de desprezo em relação ao cunhado, que não quer assumir o seu dever de dar descendência  ao seu irmão.

 João Batista ao dizer, que não e digno de desatar as sandálias do Cristo, pois ele é servo daquele que ele anuncia, está afirmando, que Jesus Cristo, o Filho de Deus, veio ao mundo receber a humanidade pecadora por esposa, e não existe outro homem para substitui-lo nesta missão salvífica. Só Ele cem por cento Deus, e cem por cento homem, pode remir os pecados do mundo.

O povo da promessa, somos todos nós, que reconhecemos, que Jesus Cristo é o Senhor. A lei do live-rato e ultrapassada, não mais existe; Jesus não nos rejeitou, mas nos assumiu, com seu sangue redentor. Deus nos assumiu em seu Filho Jesus, como co-herdeiros do Reino. Mas é preciso que aja da nossa parte, nossa verdadeira conversão, sincera e contrita. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!

E assim o Evangelho de hoje, a voz de Deus anuncia ao mundo  a filiação divina de Jesus Cristo nas águas do Rio Jordão. Ao mesmo tempo a força do Espírito Santo repousa sobre ele e as antigas promessas de um Messias libertador tornam-se reais para o povo sofredor.

O batismo de Jesus é sinal de nossa própria consagração batismal, gesto que nos une agora ao redor do altar e que com alegria renovamos neste dia do senhor. Com alegria salmodiemos: "Que o Senhor abençoe, com a paz, o seu povo! (Sl 28) Amém!


Jesus é o Senhor!

FONTES: HOMILIA DE RANIERO CANTALAMESSA: BATISMO DO SENHOR JESUS, EVANGELHO SÃO LUCAS 3,15-16.21-22 SUA OBRA "O VERBO SE FAZ CARNE" Pg 521-526 ANO "C"--  FOLHETO LITÚRGICO DEUS CONOSCO dia a dia: EVANGELHO SÃO LUCAS 3,15-16.21-22 Pg 47-49 -- BÍBLIA DO PEREGRINO.


EU NÃO SOU DIGNO DE DESAMARRAR A CORREIA DE SUAS SANDÁLIAS. ELE VOS BATIZARÁ NO ESPÍRITO SANTO E NO FOGO! Lc 3,16




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