domingo, 24 de janeiro de 2016

EVANGELHO SÃO LUCAS 4,21-30 - 4º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO "C" 2016 - "ANO DA MISERICÓRDIA" Leituras: 1ª Jr 1,4-5.17-1; Sl 70; 2ª 1Cor 12,31-13,13 - Cor verde - Litúrgia p/31/01/2016

                                                                 
    JESUS LIBERTADOR E SINAL DE CONTRADIÇÃO!
                                                 
Naquele tempo, estando Jesus na sinagoga, começou a dizer: 21 “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir”.22 Todos davam testemunho a seu respeito, admirados com as palavras cheia de encanto que saíam da sua boca. E diziam: “não é este o filho de José?”23 Jesus, porém, disse: Sem dúvida, vós me repetireis o provérbio: Medico, cura-te a ti mesmo. Faze também aqui, em tua terra, tudo o que ouvimos dizer que fizestes em Cafarnaum”.24 E acrescentou: “Em verdade eu vos digo que nenhum profeta e bem recebido em sua pátria.25 De fato, eu vos digo: no tempo do profeta Elias, quando não choveu durante três anos e seis meses e ouve grande fome em toda a região, havia muitas viúvas em Israel.26 No entanto, a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a uma viúva  que vivia em Sarepta, na Sidônia. 27 E no tempo do profeta Eliseu havia muitos leprosos em Israel. Contudo, nenhum deles foi curado, mas sim Naamã, o sírio”.28 Quando ouviram estas palavras de Jesus, todos na sinagoga ficaram furiosos.29 Levantaram-se e o expulsaram da cidade. Levaram-no até ao alto do monte sobre o qual a cidade estava construída, com a intensão de lançá-lo no precipício.30 Jesus porem, passando pelo meio deles, continuou o seu caminho.

Palavra da salvação.

Glória a vós, Senhor!


"HOJE SE CUMPRIU ESTA PASSAGEM DA ESCRITURAS QUE ACABASTES DE OUVIR!" Lc 4,21


 Queridos irmãos igreja do Senhor, o Evangelho de hoje é a continuação do texto de Domingo passado, no qual Nosso Senhor foi a sinagoga de Nazaré, ali Jesus manifestou-se solenemente, que era o Messias.

 Jesus leu a passagem do oráculo do profeta Isaías: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu; e enviou-me para anunciar a Boa Nova aos pobres”. (Is 61,1)

No Evangelho de Domingo passado, desenvolveu-se o tema, falando dos pobres, dos oprimidos, das bem-aventuranças, da alegria de receber a novidade do Reino, e de anunciar a palavra de Deus.

 Hoje na continuação do texto, vemos que existem aqueles que recebem com alegria e fé, a palavra de Deus, outros que recebem a“Boa Nova,” com aversão, ao Filho de Deus.  

São Lucas, transformou a narração da volta de Jesus a Nazaré, e a colocou no início de seu ministério público, exatamente para destacar esta verdade; sacrificando a história do fato, para evidenciar o fato da história. 

 Isto é, uma história mais profunda e importante, que também o evangelista João, colocou no início do seu Evangelho: "Veio para o que era seu, mas o seus não o receberam". (Jo 1,11)
                                             

 Tudo isso porém, não se deve fazer-nos esquecer, que Nosso Senhor Jesus Cristo é profeta por excelência. Ele mesmo, na sua primeira pessoa, com suas palavras, se dirige a seus conterrâneos na sinagoga de Nazaré. 

Jesus se coloca na linhagem dos grandes profetas..! " Eu Sou", o ungido de Deus que fala com vocês..!" (Sl 2,7) Deus adota o líder politico justo, como seu próprio Filho. A função desse líder é tornar visível a presença e a ação do Deus invisível.

Jesus leu o oraculo de Isaías, no púlpito da sinagoga de Nazaré quem diz cumprir em si a Escritura. "Todos davam testemunhos a seu respeito, admirados com as palavras cheias de encanto que saíam de sua boca". E diziam: "Não é este o filho de José?" (Lc 4,22)

Sabemos também que o povo o considerava um profeta, pelos sinais maravilhosos que realizava; ou melhor, "o profeta esperado desde Moisés, por todo o povo de Israel". (Dt 18,15)

Mais tarde, os seus discípulos, abandonaram este título para expressar que Jesus era “mais do que um profeta”, era o Filho. 

 O Deus, que havia falado nos tempos antigos, por meio dos profetas, ultimamente nos falou por seu Filho. (Hb 1,1-2; Jo 1,1-18)

 Jesus é o cumprimento da profecia, porque sobre Ele “repousou” todo o Espírito Santo. Jesus Cristo não é o comunicador da palavra de Deus; Ele é, a própria palavra de Deus, o Verbo divino que se fez carne e habitou no meio de nós! 
                                 

 Uma palavra, que revela o rosto amoroso do Pai, que conserva, todas as características daquelas dos profetas, que ao longo dos seculos anunciaram o salvador prometido."Jesus é o Deus Emanuel, Deus conosco". (Is 7,14)

Ela é o juízo de Deus sobre os homens, que abate as mentiras e o reino abusivo de satanás, para edificar o Reino de Deus, que é o Reino da verdade e de vida eterna. (Jo 18,37)

 O Evangelho é no seio da humanidade, a profecia viva e  perene, ele é a contestação de todos falsos ídolos, de todo poder não constituído  por Deus.

 Por isso, a palavra de Deus é a força que impele a história para frente, rumo à escatologia: Rumo ao juízo final, rumo aos novíssimos do homem, onde naquele dia, Deus se manifestará sua bondade eterna e fará a sua justiça.

 No contesto do Evangelho de Lucas, a reação negativa dos ouvintes de Jesus, logo no primeiro dia de sua missão; confirma a profecia de Simeão: Este menino será sinal de contradição. (Lc 2,34) 

 Esta rejeição acompanhou, toda a atividade missionária de Jesus. O profeta é aquele que anuncia a verdade de Deus, e denuncia a mentira no meio da humanidade.

 A voz profética que ressoa no mundo, nem sempre é acolhida por todos os homens. Nestes finais de tempo, o relativismo religioso o pluralismo pagão, faz com que o Reino de Deus, seja objeto de contestação, pelo materialismo mundano. 

Nosso Senhor viveu essa experiência de desprezo em Nazaré da Galileia: Ele foi rejeitado em sua cidade Natal.

“Dizia Jesus aos seus conterrâneos: “Sem dúvida, vós repetireis o proverbio: "Médico, cura a ti mesmo. Faze também aqui, em tua terra, tudo o que ouvimos dizer que fizestes em Cafarnaum”. (Lc 4,23) 

Esse desencontro de Jesus com seus contemporâneos, vem chamar a nossa atenção para necessidade de retomar em nossa Igreja a profecia.

 Cada um de nós somos chamados pelo nosso batismo, à anunciar o Evangelho sem cessar, com nossas seriedades, nos compromissos cotidianos, com nossas atitudes cristãs, diante da sociedade, como bons cristãos.

 Irmãozinhos..! O que hoje celebramos deve provocar em nós o desejo sincero de ser anuncio vivo no mundo, tão carente da palavra de Deus. 

Sabemos que existem muitos irmãos nossos, nestes tempos atuais, que estão sendo perseguidos e mortos, por causa do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. 

Ser profeta neste tempo tão conturbado, é abraçar a mensagem de Jesus de Nazaré sem medo e sem reservas. Rejeitar o Evangelho é como rejeitar o próprio Cristo!?

 Um cristianismo fiel a Jesus deve ao mundo uma palavra profética e uma liturgia que sustente a luta dos pobres e dê razão a quem vive a fé em meio a sofrimentos e desafios.

 Assim como Jesus foi expulso de Nazaré, por pregar o Reino de Deus, também nós seremos perseguidos, por anunciar Jesus crucificado, ressuscitado. 

O verdadeiro cristão não é diferente de seu Mestre e Senhor, neste mundo tão marcado pelo jogo de interesses, mas a sua palavra nos faz livres e profetas do Reino. A hostilidade dos judeus não triunfou sobre Jesus, porque Ele tinha uma missão a cumprir, para realizar o plano salvífico do amor de Deus por nós. 

A decisão decisiva, deverá acontecer na sua morte; Jesus parecerá estar derrotado, mas o seu extremo fracasso se converterá em vitória, derrotando o poder das trevas,  gerando luz e vida sobre a morte.



A reação dos habitantes de Nazaré é violenta; rejeitam Jesus e seu programa de libertação, e tenta precipita-lo dum despenhadeiro, mas milagrosamente “Jesus sai e passa por eles sem que eles o toquem, continuando o seu caminho.” (Lc 4,30) 

 A profecia levou Jesus à morte, mas a grandeza desta morte não está tanto no fato de que é uma morte profética, quanto no fato de que é uma morte de amor por nós pecadores. 

Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho único em resgate de nossos pecados. Na agonia da cruz Nosso Senhor invocava o perdão: “Pai perdoa-lhes porque não sabem o que fazem..!”  

O sacrifício da cruz é para a igreja, a suprema profecia na história do homem, e é, igualmente a suprema caridade; ela é, com efeito, ao mesmo tempo, o “não” mais poderoso que jamais fora pronunciado contra o pecado.

 Do alto da cruz Jesus bradou: "Pai perdoai-os, porque não sabem o que fazem!" (Lc 23,34)  E é, o “sim” maior que tenha sido pronunciado para o pecador. Por isso que Jesus Cristo é o Senhor! Amém!

Jesus é o Senhor!


  FONTES: HOMILIA DE RANIERO CANTALAMESSA: SUA OBRA "O VERBO SE FAZ CARNE" TEMA:CARIDADE NA IGREJA --EVANGELHO DE SÃO LUCAS 4,21-30 4º DOMIGO DO TEMPO COMUM -ANO"C"-- FOLHETO LITURGICO:  DIA DO SENHOR GUIA PARA CELEBRAÇÕES, DE CARPANEDO E GUIMARÃES. PG 67 - EVANGELHO SÃO LUCAS 4,21-30 4º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO "C"  FOLHETO LITÚRGICO: DEUS CONOSCO dia a dia Pg 114 - ANO "C" 2016 -- BÍBLIA DO PEREGRINO--
                             

       















  




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