domingo, 1 de novembro de 2015

EVANGELHO SÃO MARCOS 12,38-44 32º DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO "B" -- Leituras: 1ª: 1 Rs 17,10-16; Sl 145; 2ª: Hb 9,24-28 --liturgia p/08/11/2015

            A SOLIDARIEDADE DOS POBRES É ABENÇOADA!
                                          

Naquele tempo,38 Jesus dizia, no seu ensinmento a uma grande multidão: "Tomai cuidado com os doutores da lei! Eles gostam de andar com roupas vistosas, de ser comprimentados nas praças públicas;39 gostam das primeiras cadeiras nas sinagogas e dos melhores lugares nos banquetes.40 Eles devoram as casas das viúvas, fingindo fazer longas orações. Por isso eles receberão a pior condenação."41 Jesus estava sentado no templo, diante do cofre das esmolas, e observava como a multidão depositava suas moedas no cofre. Muitos ricos depositavam grandes quantias.42 Então chegou uma pobre viúva que deu duas pequenas moedas, que não valiam quase nada.43 Jesus chamou os discípulos e disse: "Em verdade vos digo, esta pobre viúva deu mais que todos os outros que ofereceram esmolas.44 Todos deram o que tinham de sobra, enquanto ela, na sua pobreza, ofereceu tudo aquilo que possuía para viver." Mc 12,38-44

Palavra da salvação.
Glória a vós, Senhor!
                                      O ÓBULO DA VIÚVA

Queridos irmãozinhos povo de Deus, o Evangelho de hoje, Marcos narra o elogio de Jesus à viúva, que dá como esmola tudo que possui, somos introduzidos então, na prática religiosa da autenticidade. Jesus exorta a multidão, a respeito da hipocrisia de muitos que ostentam o nome de Deus, para explorar os pobres e as viúvas, pessoas totalmente desprotegidas da sociedade.


 Nas leituras da liturgia de hoje, a primeira e a terceira do Evangelho se concordam, pois têm um protagonista idêntico. Na nossa refrexão, uma tem o último pão, que doa ao profeta que tem fome, a outra as últimas moedinhas que deposita, discretamente no cofre do templo, que poderia comprar um pouco de alimento para sua família. São duas cenas muito simples, mas cheias de significado religioso e espiritual, como vemos.

A primeira leitura é a do livro dos Reis, nos conta que um dia o profeta Elias, foi pedir a uma viúva, alguma coisa para comer e beber, mas a viúva só dispunha de um bocado de farinha e um pouco de azeite; era tudo o que ela tinha, para si e seu filho, depois de assar o pão nas brasas, era, esperar a morte e morrer, pois não havia mais o que comer. 

A primeira reflexão nasce exatamente, da comparação da viúva do Antigo Testamento, e a da viúva do Novo Testamento. A fenícia partilhou com Elias, a ultima comida sua e do filho, a  viúva do Novo Testamento, deu tudo o que tinha, com desprendimento total ante a cobiça dos outros.

 Ela não pensou no seu dízimo, como negociata com Deus, mas o  ultimo lugar ante a busca dos primeiros, sem exigir de Deus nada em troca. Jesus disse aos discípulos: Eu vos asseguro que, essa pobre viúva pôs no cofre, mais que todos os outros. Com efeito, todos puseram daquilo que lhes sobrava; esta em sua indigênte pobreza, pôs tudo o quanto tinha para viver." (Mc 12,43-44)

O episódio da viúva do Antigo Testamento, tem um final feliz, pois aquela mulher que decidiu privar-se, de seu último bocado de pão para saciar a fome do profeta Elias, aconteceu um milagre: A farinha não faltou mais na sua panela e nem o azeite em sua ânfora, até que todos ficassem saciados, até o dia em que o Senhor fez chover sobre a terra, devastada pela seca. 



Neste caso, nosso Deus de misericórdia, recompensou a confiança depositada Nele, realizou-se o que cantamos no Salmo responsorial: " O Senhor dá alimento aos famintos; é ele que ampara a viúva e o órfão. (Sl 145,1-9) O episódio da viúva no Evangelho, não é de final feliz; aquela viúva passa pelo templo; dá seus últimos centavos e vai embora. 

 Ninguém a chama de volta, para recompensa-la com o cêntuplo, nenhum milagre, acontece; seu gesto acaba ali, na obscuridade da fé entre ela e Deus. O Evangelho exige de nós, uma fé em Deus e uma esperança mais verdadeira, e mais exigente do que aquela do Antigo Testamento; a recompensa não é dada toda aqui nesta terra, isto é, em bens terrenos, colheitas, rebanhos, coisas materiais.

Nós não podemos dar a Deus, nas nossas ofertas, nossas sobras, e depois entregarmos, a nossa conta corrente a Deus, para que ele restitua o "cêntuplo" do que tivermos dado. Este pensamento é um pensamento egoista, só para esta vida, não estaríamos preocupando com a salvação eterna.

 As bençãos da prosperidade de Deus, existem sim, para os que o amam e o esperam, para os que trabalham honestamente e adquirem com o suor de seu rosto, os bens materiais neste mundo, enquanto estiverem aqui. A maior riqueza de Deus é a saúde e a paz..!

O cêntuplo existe aqui na terra, aquela viúva do Evangelho talvez tenha recebido o seu; mas o centuplo não consiste em coisas materiais terrenas, mas à do Reino de Deus, isto é, desde agora nesta vida, a alegria, o amor, e a paz de espírito. ( Rm 14,17;Gl 5,22) 

A liturgia do Domingo passado, festejamos todos os Santos, que olharam para Jesus, e apaixonaram pelo Reino de Deus; deixaram tudo por causa do tesouro do Reino dos céus. Nosso Senhor disse: "Pois que aproveitará ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier perder a sua vida?" (Mc 8,36)

Irmãozinhos..! Podemos também fazer uma outra analogia, à da Sagrada Eucaristia: Jesus, é o pão  vivo que desceu do céu, sempre presente na mesa Pascal,  que nos farta o pão para a saúde do corpo e da alma, até a sua vinda glóriosa, quando virá arrebatar-nos, à sua Igreja. 

 Celebrar a Eucaristia é celebrar a vida, que acontece de forma construtiva, quando procuramos ser solidários, um com os outros, nas difiuldades desta vida, sem olhar a quem. A palavra do Senhor nos ensina a termos atitudes nobres de solidariedade, de partilha e de doação. Essa é a atitude que agrada a Deus. A viúva de serepta repartiu com o profeta o pouco que tinha, e não ficou esquecida de Deus.

 Nosso Senhor nos faz compreender o gesto sublime daquela mulher pobre, mas generosa no pouco que possuía. Jesus elogia o seu nobre gesto e desconcerta aqueles que ofereciam o que não lhes fazia falta. Acumular bens, além do necessário para viver com dignidade, é um ato de traição a Deus.

 Nosso Senhor disse: "Quando deres esmola, não faças tocar trombeta à frente como fazem os hipócritas!" (Mt 6,2) Assim diz o proverbio:"Quem compadece dos pobres empresta a Deus!" (Pr 19,17)  Amém!

Jesus é o Senhor!

TEXTO ELABORADO DA HOMILIA DE RANIERO CANTALAMESSA, 32ª DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO "B" SUA OBRA "O VERBO SE FAZ CARNE", Pg 467-470 -- TEMA: "A OFERTA DA VIÚVA" -- FOLHETO LITURGICO "DEUS CONOSCO dia a dia" EVANGELHO DE MARCOS 12,38-44; 32ª DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO "B"  AS LEITURAS 1 Rs 17,10-16 Pg46-48 -- 2015 ANO DA PAZ.












Nenhum comentário:

Postar um comentário