domingo, 22 de maio de 2016

EVANGELHO SÃO LUCAS 7,1-10 9º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO "C" 2016 - Leituras: 1ª 1Rs 8,41-43. Sl 116; 2ª Gl 1,1-1-2.6-10 - liturgia p/ 29/05/2016




 Naquele tempo,1 quando acabou de falar ao povo que o escutava, Jesus entrou em Cafarnaum.2 Havia lá um oficial romano, que tinha um empregado a quem estimava muito e que estava doente, à beira da morte.3 O oficial ouviu falar de Jesus e enviou alguns anciãos dos judeus, para pedirem que Jesus viesse salvar seu empregado.4 Chegando onde Jesus estava, pediram com insistências: “O oficial merece que lhe faças esse favor, 5 porque ele estima nosso povo. Ele até nos construiu uma sinagoga.6 Então Jesus pôs se a caminho com eles. Porém, quando já estava perto da casa, o oficial mandou alguns amigos dizerem a Jesus: “Senhor não te incomodes, pois não sou digno de que entres em minha casa.7 Nem mesmo me achei digno de ir pessoalmente ao teu encontro. Mas ordena com a tua palavra, e o meu empregado ficará curado.8 Eu também estou debaixo de autoridade, mas tenho soldados que obedecem às minhas ordens. Se ordeno a um: vai! , ele vai; e a outro: vem! , ele vem; e ao meu empregado: Faze isto! , Ele o faz.”9 Ouvindo isto, Jesus ficou admirado. Virou-se para a multidão que o seguia, e disse: “Eu vos declaro que nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé”. 10 Os mensageiros voltaram para casa do oficial e encontraram o empregado m perfeita saúde. Lc 7,1-10


Palavra da salvação.
Glória a vós, Senhor!



Querido povo de Deus, Igreja do Senhor! Estamos no Nono Domingo do Tempo Comum, hoje nossa liturgia nos traz a linda passagem do Evangelho de São Lucas: “Uma cura à distância”, a favor de um pagão doente que está nas últimas. 

 Lucas narra maravilhosamente o perfil do centurião romano, uma pessoa sensível ao sofrimento alheio, de estima para com o próximo; (Lc 7,1) Um homem estrangeiro, mas querido pelo povo judeu, por ser bom, prestativo, e de uma sensível santimônia.

 Pois mesmo sem ter uma religião formada, ser um pagão, construiu uma sinagoga para os Judeus. (Lc 7,5) Ele não conhece Jesus pessoalmente, mas radicalmente acredita nele, e, crê na sua palavra.

 No tempo de Jesus, os romanos dominavam e escravizavam a Palestina, por isso Roma mantinham seus exércitos, de vigia em vários pontos e lugares estratégicos; e, um desses lugares bem vigiados, era cidade de Jerusalém, capital de Israel.

 O oficial romano,  do Evangelho de hoje, não é um invasor igual aos outros,  embora seja pagão, nele existe virtudes teologais: “Fé, esperança e caridade" e o dom da humildade”. Ele é uma pessoa boa, estimada pelos judeus.

Desse acontecimento, podemos tirar um grande ensinamento espiritual: Não é pela religião, que testemunhamos nossa fé, mas sim pela nossas ações e confiança no poder de Deus. 

Possivelmente Jesus, estava acostumado com o povo que o seguiam, por causa dos milagres que realizava, porque eram curados; muitas vezes até mesmos os discípulos, eram duvidosos e sem fé?

 Mas o oficial romano, tinha fé e esperança em Jesus, que seu filho seria curado, além de mandar os mensageiros, também foi ao seu encontro. Vemos aqui uma fé teologal: A fé produz a esperança, a esperança produz a caridade. ( Rm 5,3-5)

 Ele disse a Jesus: Senhor  não sou digno que entreis em minha casa; "Dize-me uma só palavra e meu empregado ficará curado." Para a Igreja  de Lucas, a fé do pagão é exemplar e consoladora.


 Lucas, companheiro do Apostolo São Paulo nas missões, dirige as igrejas primitivas, desenvolvendo os acontecimentos desde Pentecostes,  o caminho da Boa-nova e da Igreja oriunda em Jerusalém, berço judaico, destinados aos cristãos convertidos  que vieram do paganismo. ( Lc 1,1-4 Ilustre Teófilo)

 Estes povos convertidos ao cristianismo, na mente de Lucas tem um valor teológico, é, portanto o ponto que sela e confirma a catolicidade da Igreja formada de cristãos que vieram do paganismo, fizeram uma experiência com Nosso Senhor Jesus Cristo. 

 Existe uma perseguição implacável de sofrimentos e morte contra a Igreja perseguida de Cristo, pelo imperador romano ( Imperador romano Nero, ano 60 da era cristã primitiva) Mesmo assim são fieis os seguidores do caminho, não desistem; o Espírito Santo cada vez  mais, os fortalecem. 

Voltemo-nos para o Evangelho! A fé não tem fronteiras, por isso  Jesus elogia a fé do oficial romano, um pagão, que não deveria ser beneficiário das bençãos de Deus, conforme a doutrina judaica, mas ele foi ouvido por Deus por causa da tamanha fé e esperança, em Jesus.

 O seu servo e amigo,  enfermo foi curado a distância, por causa de sua fé, por isso Nosso Senhor o elogia: “Nunca vi uma fé tão grande, nem mesmo em Israel!”

 Os centuriões romanos deixaram uma boa reputação no Novo Testamento; recordam-se três e todos eles muito piedosos. Um é aquele do Evangelho de hoje, outro aquele que aos pés da cruz de Nosso Senhor.

Este romano exclamou: “Este homem era realmente o Filho de Deus (Mc 15,39), o último, de nome Cornélio, foi o primeiro pagão pedir o batismo a Pedro, e entrar na Igreja do Senhor.(At 10,1)


Irmãozinhos! Olhando para o interior do conteúdo deste Evangelho vemos que: A salvação é ação gratuita de Deus, para toda a humanidade. Não se importa o credo, porque Deus é amor!

 O salmo que cantamos hoje nesta celebração da Eucaristia, nos impulsiona nas palavras do Senhor Jesus, ao subir para o Pai em sua ascensão: “Ide, vós, por este mundo afora e proclamai o Evangelho a todos!” ( Mc 16,16)

 A liturgia maravilhosa cristã, recolheu a frase do centurião no contexto da Fração da Eucaristia. Quando o sacerdote levanta as especies consagradas e diz a assembleia: Felizes os convidados para a ceia do Senhor.

 "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!" Nós respondemos: "Senhor eu não sou digno que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e eu serei salvo!"

 “Quem ousaria aproximar de mim”, pergunta Deus. (Jr 30,21) Irmãozinhos..! Não é verdade que nós muitas vezes aproximamos do Senhor Jesus na Eucaristia, com uma fé morna, sem temor e consciência, que estamos diante de Deus? 

A antífona de entrada da liturgia de hoje, nos lembra que somos pecadores, e nos convida a rezarmos assim: "Olhai para mim, Senhor, e tende piedade, pois vivo sozinho e infeliz". Vede minha miséria e minha dor e perdoai todos os meus pecados!” (Sl 24,16-18) 

Oxalá tivéssemos fé, como deste pagão romano;  se valorizássemos mais nossos semelhantes, perdoássemos mais, seriamos mais felizes e melhores pessoas, estupendos milagres, aconteceriam em nossas Comunidades.

 O Senhor disse: “Se tens somente um servo, trata-o como a ti mesmo...considera-o um irmão”. (Eclo 33,31) A fé é uma atitude de quem, na liberdade, acolhe a salvação e se dispõe a viver a unidade dos filhos de Deus. “Nosso Senhor ficou impressionado com a fé daquele centurião que pedia cura de seu servo.

 A fé do centurião provoca o milagre por parte de Jesus: Nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé. Os enviados do centurião ao voltarem em casa encontraram o amigo em perfeita saúde. ( Lc 7,1-10)

O Centurião foi ousado e confiante, ao pedir a cura para o seu empregado, por isso ele foi atendido, e Jesus curou o seu amigo a distância. Não podemos também de esquecer dos anciões e judeus que foram intermediários dessa manifestação de confiança.


 Eles intercederam, pediram a Jesus que atendesse o pedido do pagão romano; até falaram das qualidades do centurião; era um homem bom!

 No Evangelho de São João é o milagre de Jesus, que provoca a fé do centurião: “Vai, o teu filho vive [...] acreditou ele, e todos os da sua casa. ( Jo 4,53)

 As duas versões, porém. Não se excluem, mas se enriquecem mutuamente: a fé – uma certa fé! – obtém o milagre, uma vez acontecido, suscita uma fé nova, uma fé maior. 

“Jesus ficou admirado” da fé do centurião romano, pois sua fé era de humildade ao dizer: “Senhor, não te incomodes, pois não sou digno de que entres em minha casa”. (Lc 7,6) 

A fé humilde deste homem, é uma fé capaz de deslocar montanhas, uma fé de mestre de teologia, e não o percebe, aliás, parece até se envergonhar, porque tenta justifica-lá. 

Como se dissesse: nenhum mérito há de minha parte em crer que tu podes curar meu servo; vejo como me obedecem meus súditos. Mas e exatamente aqui está o milagre de sua fé, a distância, que arranca admiração de Jesus! Amém”


Jesus é o Senhor!


FONTES: TEXTOS ELABORADOS DA HOMILIA DE RANIERO CANTALAMESSA - 9º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO "C"- EVANGELHO SÃO LUCAS 7,1-10 - LIVRO HOMILÉTICOS "O VERBO SE FAZ CARNE" Pg 644-647 - DEUS CONOSCO dia a dia: 9º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO "C" 2016 - Pg 107 - 109. -- 


VERDADEIRAMENTE ESTE HOMEM É O FILHO DE DEUS!
                                                              Jo 12,32; Mt 27,44



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