domingo, 6 de março de 2016

EVANGELHO SÃO JOÃO 8,1-11 5° DOMINGO DA QUARESMA ANO "C" 2016 - LITURGIA P/13/03/2016 - ANO DA MISERICÓRDIA.

         
                                  



Naquele tempo,1 Jesus foi para o Monte das Oliveiras. 2 De madrugada, voltou de novo ao templo. Todo o povo se reuniu em volta dele. Sentado começou a ensina-los. 3 Entretanto, os mestre da lei e os fariseus trouxeram uma mulher surpreendida em adultério. Colocando-a no meio deles, 4 disseram a Jesus: “Mestre, esta mulher foi em flagrante  adultério. 5 Moisés na lei mandou apedrejar tais mulheres.Que dizes tu? 6 Perguntavam isso para experimentar Jesus e para terem motivo de o acusar. Mas Jesus, inclinando-se a começou a escrever com o dedo no chão. 7 Como persististes em interrogá-lo, Jesus ergueu-se e disse: “Quem de vós não tiver pecado seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra.” 8 E tornando a inclinar-se, continuou a escrever no chão. 9  E eles, ouvindo o que Jesus falou, foram saindo um a um, a começar pelos mais velhos. E Jesus ficou sozinho com a mulher que estava lá, no meio do povo. 10 Então Jesus levantou e disse: “Mulher, onde estão eles? 11 Ela respondeu: Ninguém Senhor.” Então Jesus lhe disse: “Eu também não te condeno. Podes ir, e agora em diante não peques mais.”
Palavra da salvação                       
Glória a vós, Senhor!



 Querido povo de Deus! A Igreja neste quinto Domingo da Quaresma proclama o Evangelho de São João, capitulo 8,1-11. O tema da liturgia de hoje nos apresenta Jesus, aquele que liberta os oprimidos e os escravizados.

 Que a liturgia de hoje desperte em nós o arrependimento pelo mal feito, o desejo de seguir adiante e o sentimento agradecido pelo perdão recebido de Deus.

Domingo passado a liturgia nos propôs a comovente página do filho pródigo: era uma parábola na qual Jesus nos exortava a crer na infinita misericórdia do Pai celeste.

 E também nos reconciliar com Ele mediante o sacramento da penitência e do perdão. Na parábola há um filho mais velho que ficou em casa, e se queixou do perdão do pai dado ao filho mais novo.

 A verdadeira realidade espiritual num novo entendimento, o irmão mais velho – Nosso Senhor Jesus Cristo – não ficou em casa, mas foi Ele mesmo, à procura do irmão mais jovem, que somos cada um de nós pecadores.

Foi o sacrifício único de Nosso Senhor Jesus Cristo, sua paixão seu sangue derramado na cruz, sua morte e sua ressurreição dentre os mortos, que nos redimiu de todos os nossos pecados, e nos reconciliou novamente com o Pai celeste.

 Esta é a realidade consoladora de todo o Evangelho, e que devemos anunciar; Jesus venceu a morte, Ele vive! “Jesus é o Senhor!”  No Evangelho de hoje, São João descreve a cena de Jesus e a mulher adúltera.

O texto foi inserido no Evangelho de João um pouco depois das primeiras redação, mas se funda certamente numa tradição histórica e está de acordo com muitas passagens, de parábolas e episódios narrado no Evangelho de São Lucas.

 O acontecimento descrito serve para explicar magnificamente a palavra de Jesus a respeito de nossa salvação. “Não vim para julgar, mas para salvar.” (Jo 3,17)

Podemos imaginar a cena: Jesus estava ensinando; de repente, o círculo dos ouvintes se abre para fazer passar uma mulher empurrada por um bando de fariseus.

 Eles esbravejam em tom de triunfo; a preparada cilada; colocam a mulher no meio do círculo, onde Jesus está pregando o Evangelho, e dizem ao Rabi.

“Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério. Moisés na lei, mandou apedrejar tais mulheres. Que dizes tu? Jesus inclinando-se escrevia com o dedo no chão.

 No tempo de Jesus existia uma lei da Torá, que mandava apedrejar mulheres que fossem infiéis aos seus maridos.
 Como Israel estava sob o domínio dos romanos, os judeus não podiam fazer justiça com as próprias mãos sem o consentimento do governador romano.

Os conquistadores romanos eram pagãos, e não levavam a sério as leis morais, logo então o adultério não era crime de morte.

 Logo então os fariseus não conseguirão autorização para apedrejar tal pecadora, que se encontra no meio do círculo onde está Jesus está sentado.

 Se Jesus dissesse-lhes que a mulher deveria ser lapidada, pra cumprir a lei, estaria indo contra as leis romanas, seria acusado de subversivo.

 Se dissesse que não podiam apedrejar para cumprir a lei, por amor a vida humana e respeito ao governador romano, estaria contra as leis de Moisés.

 E agora Jesus! A justiça dos homens ou a ira de Deus..!? Jesus está sentado a escrever com seu dedo, no pó do chão, os fariseus e a pecadora estão a sua frente esperando a resposta de Nosso Senhor.

 Eles não tinham vindo para lhe pedir um parecer, mas preparar-lhe uma cilada. Jesus tinha dito que não tinha vindo para abolir a lei, mas para cumpri-la; portanto, deve concordar com ela e participar da lapidação da mulher.

 Mas se o fizer perderá aquela auréola de misericórdia e de mansidão que tanto os irrita, porque isto encanta as multidões.
O que será que Jesus escrevia no chão? Nossas misérias? Adúlteros que somos? Leis que escravizam os seres humanos e os matam?

 “Nossa casa comum, nossa responsabilidade” que todo os dias os homens no seu egoísmo a destroem? CFE



 Jesus ergueu-se de pé, e rompeu o silencio e veemente disse: Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra!

 E inclinando novamente continuou a escrever no chão.
 Os acusadores foram saindo um por um a começar pelos mais velhos. 

Só ficou Jesus e a mulher diante dele. O tribunal se esvaziou; na sala só ficaram o juiz e a ré.
Jesus se ergueu, ficando de pé disse: Mulher onde estão os teus acusadores? 

Superado o medo, ela percebe um olhar de misericórdia como um banho de luz; nenhum homem jamais tinha olhado para ela daquele modo!

 O olhar de Jesus penetrou-lhe profundamente sua alma, seria de agora em diante seguidora do Senhor, até os pés do Calvário.

 Cristo é o único sem pecado; o único, portanto, que podia arremessar a primeira pedra e reparar assim a honra de Deus e cumprir a lei.

 Mas Ele renuncia ao direito de condenar porque, como o Pai, não quer a morte do pecador, mas que ele se converta e viva. ( Ez 33,11)
                             


 Quanta confiança não encheu o coração daquela pecadora ao ouvir: “Vai e não peque mais!”

 Pois significava volta a viver, a esperar, volta para casa; retoma a tua dignidade; dizes aos homens, com tua presença entre eles, que não só existe a lei.

 Mas que existe também a graça de Deus para o pecador arrependido e contrito.

 É isso que Nosso Senhor quer fazer conosco pecadores, nos reerguer, e encher nossos corações, com a experiência de um novo amor.

 Este Evangelho toca na raiz de muitos de nossos costumes. Certo, como bons cristãos, e de não atirarmos pedras, contra o nosso próximo; mesmo em meio de uma sociedade pluralista e relativista, onde o crime do adultério foi abolido. 

 O verdadeiro Cristão sabe que Deus condena o adultério, e muitas vezes pensamos que adulterar é só na parte sexual, esquecemos que quando colocamos outros valores no lugar de Deus, também é adultério.

 O dinheiro, riquezas, pessoas, o poder, o ter, o sentir, e a luxúria. Tudo isso são ídolos, imanêntes deste mundo, que ficarão por aqui, não nos leva a salvação, ao transcendente; Deus abomina todas estas coisas.

A palavra do Senhor é a mesma ontem e hoje, nos convida a vivermos a castidade, está no sexto Mandamento.

 “Não cometerás  adultério!” (Ex 20,14; CIC 487-502) Todo aquele que lançar um olhar de cobiça para uma mulher já adulterou com ela em seu coração. (Mt 5,28)

Hoje Jesus nos propõe um grande remédio a esse péssimo costume. Quem de vós estiver sem pecado, examinemo-nos bem; olhemo-nos com o olhar com que Deus nos vê.

E, então sentiremos, sim, a necessidade de correr a Jesus, para pedir perdão para nós e não a condenação para os outros.

 Que a liturgia deste Quinto Domingo da Quaresma desperte em nós o arrependimento pelo mal feito, e o desejo de seguirmos adiante, e o sentimento agradecido pelo perdão de nossos pecados recebido de Deus.

Reconheçamos no Cristo o nosso salvador pessoal, que subiu no madeiro, por cada um de nós para nos salvar da morte eterna. 

“Jesus  é o Cristo que liberta o oprimido e escravizado!” Rumo ao Tríduo Pascal cantemos com alegria: “Maravilhas fez conosco o Senhor, exultemos de alegria! (Sl 125) Amém!

Jesus é o Senhor!

Fontes: Homiléticas do Raniero Cantalamessa "O verbo se faz carne" 5° Domingo da Quaresma ano"C" Evangelho de São João 8,1-11 - Joseinacioh.blogspot.com  Jesus é o Senhor! Evangelho São João 8,1-11 - ano "C' 2013 - folhetos litúrgico: Deus conosco dia adia ano "C" 2016 - Evangelho São João 8,1-11 Pg 62-64






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