domingo, 19 de julho de 2015

EVANGELHO JOÃO 6,1-15; 17º DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO "B" LEITURAS: 2 Rs 4,42-44; Sl 144;Ef 4,1-6 -- LITURGIA P/26/O7/2015 - ANO DA PAZ.


     TER MISERICÓRDIA É REPARTIR A VIDA!
Naquele tempo Jesus foi para o outro lado  do mar da Galileia, também chamado de Tiberíades. Uma grande multidão o seguia porque via os sinais que ele operava a favor dos doentes. Jesus subiu o monte e sentou ai, com seus discípulos. Estava próxima a pascoa, a festa dos judeus. Levantando os olhos e vendo que uma grande multidão estava vindo ao seu encontro, Jesus disse a Filipe: "Onde vamos comprar pão para que eles possam comer? Disse isso para pô-lo a prova, pois ele mesmo sabia muito bem o que ia fazer. Filipe respondeu: Nem duzentas moedas de prata bastariam para dar um pedaço de pão a cada um." Um dos discípulos, Andre, o irmão de Simão Pedro, disse: Está aqui um menino com cinco pães de cevada e dois peixes. Mas o que é isto para tanta gente? Jesus disse: "Fazei sentar as pessoas." Havia muita relva naquele lugar, e lá  se sentaram, aproximadamente cinco mil homens. Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com os peixes. Quando todos ficaram satisfeitos, Jesus disse aos discípulos: "Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca. Recolheram os pedaços e encheram doze cestos com as sobras dos cinco pães deixadas pelos que haviam comido. Vendo o sinal que Jesus tinha realizado, aqueles homens exclamavam: "Este é o verdadeiramente o profeta, aquele que deve vir ao mundo." Mas quando notou que estavam querendo leva-lo para proclamá-lo rei, Jesus retirou-se de novo, sozinho para o monte.

Palavra da salvação.
Glória a vós, Senhor! 




Nós povo de Deus, estamos diante do evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo São João. A liturgia deste Domingo interrompe a leitura de Marcos, e nos coloca no longo trecho de João, e precisamente o longo capítulo sexto, que nos fala da narrativa da multiplicação dos pães e do discurso eucarístico de Jesus, na sinagoga de Cafarnaum. 

Nós vimos no evangelho de Domingo passado, quando Jesus e os discípulos aportaram o barco nas margens do outo lado do Mar da Galileia, havia uma grande multidão que os aguardavam, "Nosso Senhor teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor." Começou, pois a ensinar-lhes muitas coisas. Jesus olhando aquela multidão disse a Felipe: "Onde compraremos pão para que todos estes tenham o que comer?" ( Jo 6,5 )



Jesus falava assim para experimentar os discípulos, pois sabia o que havia de fazer. Um dos discípulos disse ao Senhor: Nem mesmo duzentos denários, bastaria para comprar tanto pão para tanta gente. André irmão de Pedro disse-lhe: Tem um menino aqui, com cinco pães e dois peixinhos...mas o que é isto para tanta gente..? O Senhor disse: mandem que se assentem-se, e traga o menino com os pães e os peixes.

 Então Nosso Senhor tomou os pãezinhos e os peixinhos, deu graças a Deus, em seguida mandou os discípulos distribuir. Então que maravilha, que fantástico..! Os pães, e os peixes iam se multiplicando na medida que iam sendo distribuído, e a fome do povo era saciada. O Evangelista fez questão de afirmar, que as sobras encheram doze cestos. "O número doze é um número perfeito: As doze tribos de Israel, os doze Apóstolos, os doze meses litúrgicos do ano......"

Mateus confirma no seu Evangelho, que havia cinco mil homens, sem contar as mulheres e as crianças.  ( Mt 14,20 ) Graças a um jovem de coração aberto, que ofereceu seu lanche, Nosso Senhor pode fazer a multiplicação dos pães, saciar a fome daquela multidão. A vista desse milagre prodigioso o povo diziam: "Este é verdadeiramente o profeta que há de vir ao mundo. Jesus percebendo que queriam aclama-lo rei, se retirou se para o monte para orar.

O evangelho da multiplicação dos pães nesse Domingo, nos dá a ênfase da Eucaristia. Tudo isso tem um motivo prático, pois o evangelho de Marcos e curto, não dá para alimentar inteiramente o ano litúrgico "B," e por isso  se integra-se o evangelho de São João, que não se lê num ano particular. Veja que beleza irmãozinhos; a nossa liturgia, por quatro Domingos falaremos sistematicamente da catequese da Santa Eucaristia. "Jesus é o altar, o Sacerdote e o Cordeiro!"

O Evangelista João mostra-nos, que Jesus no seu discurso  do pão não desistiu da sua doutrina da Eucaristia, e muitos discípulos disseram: isto é duro de ouvir. Quem pode admitir..?  Nosso Senhor sabendo que os discípulos murmuravam contra esse ensinamento disse-lhes:"Isso vos escandaliza? Que será quando virdes subir o Filho do homem para onde estava antes?" [...] Desde então muitos discípulos já não andavam com o Senhor. ( Jo 6,59-66 )

Jesus é o "pão da vida," Ele está na Eucaristia com sua humanidade, ( Corpo, alma e divindade ) que apóia e sustenta o verdadeiro cristão no caminho da vida plena. Ele é o pão descido do céu, força e sustento, vida e esperança, o pão mandado  por Deus, que sustenta o povo no caminho da liberdade. Quando abrimos os nossos corações, como o menino dos cinco pães, com generosidade aos nossos irmãos necessitados, quando somos compreensivos  e fraternos, Deus tem para conosco os mesmos gestos de amor conosco.

O Evangelista João, relaciona a Eucaristia ao episódio da multiplicação dos pães, como os outros Evangelistas sinóticos, a relacionam com à última ceia e à morte e ressurreição de Jesus. E não há contradição entre eles; simplesmente um vê a Eucaristia partindo do sinal, (o pão ) os outros do evento significado. Mas todos evangelistas se baseiam   na história, porque é sempre o mesmo Jesus que prometeu, e explicou a doutrina da Eucaristia na sinagoga de Cafarnaum, e foi Ele mesmo que a instituiu na última ceia. "Fazei isso em memoria de mim."

 A teologia Eucarística de João e dos sinóticos, celebrou ao longo dos seculos, pela tradição Apostólica ( fração do pão )  a Santa Missa, e nela se vê a contemplação Eucarística, do Cordeiro imolado. Nós católicos cremos, que quando o sacerdote "In Persona Christi, invoca o Espirito Santo para que as especies se tornem o Corpo e o Sangue de Cristo, ali já não é mais pão e nem vinho, mas sim: "O corpo, a alma e a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo." 

Jesus quis estar conosco e estará conosco, até a sua segunda vinda gloriosa, na simplicidade de um pedacinho de Pão.
São Paulo escreve aos cristãos das comunidades de Corintio: "Na noite em que foi entregue o Senhor; Jesus tomou o pão, e depois de dar graças, partiu-o e disse:  Isto é o meu corpo, que é para vós, fazei isto em memória de mim. Todas as vezes, pois que comeis deste pão e bebeis desse cálice  anunciais a morte do Senhor, até que Ele venha." (1 Cor 11,23-24.26 )

Pão e vinho na Eucaristia, ambos indicam  morte e ressurreição do Senhor, mas também a sua doação como alimento para a nossa alma e nossa salvação. Ao aproximarmos pois da Eucaristia, para recebe-la, devíamos estremecer-nos diante de tão grande e maravilhoso mistério, mas muitas vezes vamos  recebe-la de qualquer jeito, sem uma experiência com Jesus ressuscitado..! Comungar de qualquer jeito, e como tocar no Cristo sem a fé..!

Aproximar da Eucaristia, é viver a lógica de Jesus e não a lógica humana, muitas vezes egoístas, que buscam seus interesses particulares. Nosso Senhor buscou o "interesse do Reino" vendo a multidão que pareciam ovelhas sem pastor. Quando viu que queriam proclama-lo rei, se retiro-se para o monte para orar, pois a imanência deste mundo, não é a lógica do Reino dos céus. Mas ter misericórdia, amar o próximo, repartir a vida neste mundo é lógica manente do Reino de Deus.  Amém!

Jesus é o Senhor!

TEXTO ELABORADO DA HOMILIA DE RANIERO CANTALAMESSA - 17º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO"B" Pg 399-402 -- " O VERBO SE FAZ CARNE." FOLHETO LITÚRGICO:  "DEUS CONOSCO dia a dia 17º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO "B" 2015 Pg 100-102. 122 .


                                                                            


























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