domingo, 14 de junho de 2015

EVANGELHO SÃO MARCOS 4,35-41 -- 12º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO "B"-- LEITURAS JÓ 38,1.8-11; SL 106; 2 Cor 5,14-17 -- LITURGIA P/21/06/2015


                         
                     JESUS É O SENHOR!
   
35 Naquele dia, ao cair da tarde, Jesus disse a seus discípulos: "Vamos para a outra margem!" 36 Eles despediram a multidão e levaram Jesus consigo, assim como estava, na barca. Havia ainda outras barcas com Ele. 37 Começou a soprar uma ventania muito forte e as ondas se lançavam dentro da barca,de modo que a barca já começava a se encher. 38 Jesus estava na parte de trás , dormindo sobre um travesseiro. Os discípulos o acordaram e disseram: "Mestre, estamos perecendo e tu não te importas? 39 Ele se levantou e ordenou ao vento e ao mar: "Silêncio! Cala-te!" O vento cessou e ouve uma grande calmaria.40 Então Jesus perguntou aos discípulos: Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?41 Eles sentiram um grande medo e diziam uns aos outros: "Quem é este, a quem até o vento e o mar obedece?

- Palavra da salvação.
- Glória a vós, Senhor!





Nós povo de Deus estamos diante do Evangelho de São Marcos, hoje a sagrada liturgia nos trás a reflexão do episódio da tempestade no mar acalmada. Esta leitura quer nos mostrar o poder soberano de Deus sobre a criação. A primeira leitura é um louvor ao Pai criador de todas as coisas, nos lembra a criação dos mares e oceanos; Jó canta o império de Deus sobre as águas. ( Gn 1,1-3 )

O autor sagrado canta: "Quem fechou o mar com portas, quando ele jorrou com impeto do seio materno, quando eu lhe dava nuvens por vestes e névoas espessas por faixas; quando marquei seus limites e coloquei portas e trancas, e disse: Até aqui chegarás, e não além; aqui cessa a arrogância de tuas ondas?" ( Jó 38,1.8-11 )

As primeiras comunidades cristãs que ouviam, e liam a narração do Evangelista São Marcos, não se detinha na teologia natural da criação, mas num grande anúncio cristológico, com a pergunta: "Quem é este, a quem até o vento e o mar obedece? 

A resposta  devia aflorar nos lábios de todos os cristãos: ninguém outro a não ser o próprio Deus em pessoa. "É o Deus humanado, cem por cento Deus, cem por cento Homem, que veio ao mundo salvar-nos da morte eterna. "É Deus conosco, Deus Emanuel..!" ( Is 7,14; Mt 1,23 )

É portanto, também para nós cristãos, um convite à fé em Jesus Cristo, Ele é, o mesmo ontem, o mesmo hoje e sempre. E o mesmo Senhor que dirige às comunidades o convite: "Ainda não tendes fé?" O Cristão é aquele que espera no Senhor, mesmo suas demoras, mesmo com realidades positivas ou negativas, com "luzes" ou "sombras." São nestas horas, que o cristão é provado na sua fé.

 Nas turbulências dos mares desta vida, diante dos vagalhões dos sofrimentos, muitas vezes temos dificuldades de entender onde está a mão de Deus. Cegos em nosso egoismo, nos revoltamos e questionamos a Deus: "Será que Ele não se importa conosco?" Tenho orado tanto, tenho pedido tanto, porque eu Senhor..? ( Mc 4,38 )

Todos Apóstolos, discípulos de Jesus, não foram felizes plenamente neste mundo, todos foram martirizados, pois a coroa da glória prometida pelo Senhor está reservada no Reino dos céus. Nestes "Tempos Finais," a Igreja do Senhor sofre, em diversas partes do mundo, por professar sua fé, em Nosso Senhor Jesus Cristo, muitos são perseguidos, torturados, decapitados, queimados, fugitivos expulsos de suas Pátrias. Jesus continua dizendo: "Coragem! Eu venci o mundo, tendes fé..! ( Jo 16,33 )

 Marcos quando escreveu este Evangelho ( Nos anos 64 dC. ) os cristãos estavam sendo  brutalmente perseguidos pelo imperador romano Nero. Por isso os cristãos precisavam ser abastecidos pela fé, diante das perseguições. Hoje Jesus pergunta, a cada um de nós, dizendo: "Ainda não tendes fé..?" Eu caminho, ando, ao vosso lado, não vou deixar você e sua fé perecer neste vale de lagrimas. 

Aqueles que são discípulos do Senhor, mesmo diante das perseguições e morte, nada tem a temer, pois apesar das dificuldades, sabem que Deus está conosco. Jesus não prometeu vida eterna neste mundo, mas a vida eterna  no Reino céus. "Na casa de meu Pai, existem muitas moradas. ( Jo 14,2-4 )

O objetivo do Evangelista Marcos, em seus escritos, é mostrar quem é Nosso Senhor Jesus Cristo. Jesus é o Filho de Deus,  o Unigênito, que tem poder sobre o céu, a terra e o mar. Ir para outra margem com Jesus, é ir ao encontro dos pagãos, daqueles que não conhecem, a Boa Nova; para isso, é necessário vencer os ventos fortes, as tempestades, dificuldades e perseguições.

 O mar na bíblia e símbolo dos perigos e das forças do mal. Diante das ondas do mar, no abismo revoltas, os discípulos se desesperam e Jesus na tranquilidade dorme. Também nós diante de nossas aflições, nossas orações e súplicas é, possível acordar o "Cristo que dorme," esperando nossos pedidos de clamor e socorro. "Senhor vinde em nosso socorro estamos perecendo..?" ( Mc 4,38 )

Hoje povo de Deus celebrando a Eucaristia, nossa comunidade é convidada com simplicidade e poder, à aprofundar o conhecimento Daquele, que se torna presente em nosso meio, na mesa Eucarística. Podemos no poder do Espírito, perceber a presença de Deus no meio de nós.

A primeira presença é Jesus presente em cada irmão reunido em torno do altar, a segunda é a sua presença na palavra anunciada e proclamada no poder do Espírito Santo, e a terceira é o próprio Cristo presente com seu corpo, alma e divindade na sagrada Eucaristia.

Como devia ser consolador e animador aos ouvidos dos primeiros cristãos, que tinham conhecido a experiência da perseguição, aquelas palavras dirigidas por Nosso Senhor ao mar sacudido pela tempestade: "Silêncio..! Cala-te..!", Como também aquela frase: "e seguiu-se grande bonança," num aceno seu.

 Quando ao Senhor aprouvesse, no momento extremo, do perigo e da angústia, o Senhor vem em socorro do povo oprimido e perseguido, que olham com os olhos da fé, para Jesus crucificado ressuscitado, que venceu o mar da morte! Esta mensagem de confiança, não perdeu nada de sua força consoladora e ressoa também para a igreja de nossos tempos, como convite a cada um de nós, à esperança. 

Nestes Tempos Finais a Igreja ainda é perseguida, pelas falsas ideologias do ateísmo prático é teórico, do capitalismo que tudo se faz por dinheiro. Tudo isso é a "Igreja do Senhor," açoitada pelo vento da contradição e da prova; as ondas do mar se precipitam sobre ela, invade a barca ( Há discussões e intrigas no meio do seio da Igreja, o pluralismo e o relativismo ) , dando a alguns o susto do naufrágio iminente. Mas o Senhor Jesus diz também a nós: "Como sois medrosos..! Ainda não tendes fé..?

 A Igreja do Senhor é como uma grande nau, no meio do oceano revolto que carrega tesouros valiosos espirituais. Jesus está dentro da mesma nau; carrega a barca da Igreja e é carregado por ela. Quando ouvirmos homens considerados cultos dar por fim da Igreja, a liquidação da fé, e as aberrações contra os símbolos da nossa fé, não preocupemos pois são só sinais dos fins dos tempos já visíveis, é o anti-cristo. 

Irmãozinhos..! É necessário que tudo isso aconteça, nestes Últimos Tempos, para que o Senhor da Glória venha. O Senhor Jesus disse a Pedro: "Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as forças do inferno não poderão vence-la." ( Mt 16,18 ) Talvez hoje o Senhor não esteja dirigindo esta mensagem de censura, aos que estão fora da barca, mas sim aos que estão dentro dela: "Homens de pouca fé..!" 

Sim..! Àqueles que estão na barca, e a nós que cremos e até alguns pastores, que se mostram perenemente pessimistas medrosos quanto ao futuro da Igreja, como se ela fosse um barquinho de papel, que se pode afundar com qualquer sopro de vento. Irmãos..! Quem está no leme da nau é Nosso Senhor Jesus Cristo..! Não tenhamos medo pois Jesus está a frente,  para nos guiar. Jesus é o Senhor! Amém!

Jesus é o Senhor!

                                                   


TEXTO ELABORADO DA HOMILIA DE RANIERO CANTALAMESSA:"O VERBO SE FAZ CARNE" Pg 381-382 --  12º DOMINGO DO TEMPO COMUM  ANO "B" SÃO MARCOS. "DEUS CONOSCO dia a dia" Pg 86-88; 12º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO "B" 2015 -- BÍBLIA SAGRADA  Traduçâo da CNBB



















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