domingo, 22 de março de 2015

EVANGELHO SÃO MARCOS 11,1-10 -- SOLENIDADES: DOMINGO DE RAMOS -- LEITURAS: IS 50,4-7 -- Sl 21 -- Fl 2,11 -- LITURGIA CONFORME O LECIONÁRIO PARA DIA 29/03/2015 --ANO"B"


    CAMINHANDO COM JESUS PARA A VIDA!

                                         

                   

 Naquele tempo, 1 quando se aproximaram de Jerusalém, na altura de Betfagé e de Betânia, junto ao monte das oliveiras, Jesus enviou dois discípulos, 2 dizendo:  "Ide até o povoado que está em frente e, logo que ali entrardes, encontrareis amarrado um jumentinho que nunca foi montado. Desamarrai-o e trazei-o aqui! 3 Se alguém disser: Porque fazeis isso? Dizei: "O Senhor precisa dele, mas logo o mandará de volta." 4 Eles foram e encontraram um jumentinho amarrado junto de uma porta, ao lado de fora, na rua, e o desamarraram. 5 Alguns dos que estavam ali disseram: "O que estais fazendo, desamarrando esse jumentinho? "Os discípulos responderam como Jesus havia dito,e eles permitiram. Levaram então o jumentinho a Jesus, colocaram sobre ele seus mantos, e Jesus montou. 8 Muitos estenderam seus mantos pelo caminho, outros espalharam ramos que haviam apanhado nos campos. 9 Os que iam a frente e os que vinham atrás gritavam. "Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor! 10 Bendito seja o reino que vem, o reino de nosso pai Davi! hosana no mais alto dos céus!"

-Palavra da salvação.
-Glória a vós, o Senhor!



Nós Igreja povo de Deus, estamos diante do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, Segundo São Marcos. A Liturgia deste Domingo tem seu ápice na leitura da narração da paixão do Senhor.
Para muitos Cristãos, que não participarão dos ritos da Sexta Feira Santa, por motivos pessoais, é uma oportunidade de ouvir, durante a assembleia litúrgica, esta parte do Evangelho. 

A Igreja Católica no seculo IV, instituiu as solenidades, a festa de Domingo de Ramos, inserindo a leitura, da festa e triunfo do Senhor, entrando triunfalmente, e aclamado palas multidões em Jerusalém. Na metade do Seculo VII foi instituída também a Quaresma. A liturgia do Domingo de Ramos tem dois momentos, solenes: A benção do Ramos e a reflexão homília; da paixão, morte e ressurreição do Senhor.

Estranho as aclamações, dos judeus felizes no Evangelho, os mesmos que gritaram Hosana..! Bendito o que vem em nome do Senhor..! Bendito o Reino que vem, o Reino de nosso pai Davi..! São os mesmos, que gritarão na Sexta Feira: Crucifica-o..! Crucifica-o! ( Mc 11,9-10 )  Soltem Barrabás..!

Jesus entrou em Jerusalém montado num burrinho, o povo fizeram-lhe festa, estendendo tapetes, mantos, flores e ramos, e para vê-lo passar, a multidão acotovelavam-se, para saudá-lo como  rei. Vamos lembrar, de uma passagem do Evangelho de São João no qual Jesus fez o milagre da multiplicação dos pães e dos peixes, queriam aclama-lo  rei, por causa do maravilhoso milagre. 

"A vista desse milagre de Jesus, aquela gente dizia: "Este é verdadeiramente o profeta que há de vir ao mundo". Jesus percebendo que queriam arrebatá-lo e fazê-lo rei, tornou a retirar-se sozinho para o monte. ( Jo 6,14-15 ) Diante dos sinais do milagre da multiplicação dos pães, os judeus queriam fazê-lo rei. Pois acreditavam na profecia; que um Messias viria para eles, resolver os problemas políticos, sacudir o jugo romano e restituir a realeza judaica primitiva. 

 Agora Ei-lo entrando em Jerusalém, e a multidão fizeram-lhe tapetes de flores e saudavam como Rei. O povo perguntavam: Quem é este homem..? Respondiam - Este é o profeta "Jesus de Nazaré da Galileia." Nesta entrada triunfal na cidade de Jerusalém, Jesus veio entregar-se nas mãos dos inimigos, para cumprir as promessas de Deus e as profecias do Antigo Testamento. Vir à Jerusalém, é atiçar o ódio dos fariseus e dos sacerdotes do templo contra si.

Ele se entrega voluntariamente à sua paixão, e não sentiu-se esmagado por forças maiores que Ele. "Ninguém tira de mim a vida, mas dou de mim mesmo!" ( Jo 10,18  Foi Ele que, perscrutando a vontade do Pai, compreendeu que havia chegado a hora e acolheu com obediência livre do filho e com infinito amor para os homens: "Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que a sua hora de passar deste mundo ao Pai, como amasse os seus que estava no mundo, até o extremo os amou." ( Jo 13,1 )  

Quando se lê as narrativas da paixão do Senhor, com olhos de estudiosos, e historiadores, encontramos um problema polemico  e fundamental: quem foram os responsáveis pela morte de Jesus, os judeus ou os romanos? Alguém já escreveram obras literárias, que Jesus morreu por motivos políticos. 

Mas sem razão, pois os quatro Evangelistas, fizeram questão de escreverem a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, Ele veio cumprir seu destino. "Vai ser entregue;" mas antes Ele planeja, com previsão milagrosa e executa com precisão soberana. Chegou o tempo..! "Se o Senhor dos Exércitos decide,  quem o impedirá? ( Is 47,27 )

Quando lemos as narrativas da paixão, com olhos espirituais  de fé entendemo sob a luz do Espirito Santo, quanto Deus nos amou, destruindo a morte eterna, que pesava sobre nós. Com o sacrifício, único, de seu Filho Jesus Cristo,  deu nos vida nova e eterna, reconciliando  nos consigo e nos adotando novamente, como filhos e filhas no seu Reino de amor. 

Vamos agora falar um pouco, do povo escolhido de Deus, os nossos irmãos judeus, do qual procede a religião cristã. Depois da Segunda  Guerra Mundial, a tragédia do povo judeu, (Antissemitismo) as participação dos cristãos, nas lutas pela libertação, fizeram com que este problema visse a tona, e acabasse apaixonando leitores do Evangelho, mais que qualquer outro assunto.  Jesus foi condenado conjuntamente pelos judeus e pelos romanos.

 Em sua morte se realizou uma estranha coincidência de motivos religiosos, de motivos políticos, também se a responsabilidade mais direta parece sem dúvida recair - de acordo com a versão evangélica - sobre os sacerdotes do Templo, os chefes judeus  do sinédrio; portanto, não sobre todo o povo judeu de então e menos ainda sobre a geração judaicas sucessivas. "Acusaram no, e sentenciaram-no a morte, por fazer milagres em dias errados e por dizer ser Filho de Deus."

 Por longo seculos, os judeus foram acusados pelos cristãos, de terem matado Jesus. Por isso uma hostilização e aversão aos judeus, sem contar o "holocausto dos mártires" na segunda guerra mundial. No ano 2000 em 26 de Março, o Papa João Paulo II, pediu perdão aos judeus, num documento de 90 paginas, por uma serie de pecados cometidos nestes 2000 anos de existências contra os filhos da promessa de Deus: "Memoria e reconciliação - A Igreja e as culpas do passado."

 João Paulo II pessoalmente, na sua visita a Israel colocou nas frestas do kotek ( muro das lamentações ) o pedido de perdão, em nome da igreja, a todos os povos judeus: "Deus de nossos pais, escolhestes Abraão e seus descendentes, para levar teu nome, às nações. Estamos profundamente tristes, com o comportamento daqueles que ao longo da história fizeram sofrer esses teus filhos"...

Mesmo nós cristãos sabendo, das verdades espirituais, e  histórica, que Nosso Senhor foi entregue pelos sacerdotes do templo aos romanos, para ser julgado e crucificado, inocente-mente, o problema não fica resolvido totalmente; mas pelo contrário, fica a pergunta para explicar por qual motivo "era necessário" que o Filho do Homem padecesse...? ( Lc 24,26 ) 

O cristão está à procura de outro responsável pela morte de Cristo; sente que há um acusador implacável às suas costas , o qual, antes mesmo de sua prisão, já preparou para Jesus o cálice a ser bebido. Quem é? É o príncipe deste mundo, que aproveitou, pegou carona no plano de nossa salvação tentando subverte-la, é o inimigo da nossa salvação, que não quer, que Jesus Cristo, seja Senhor da nossa salvação..!

A história e o drama, da paixão de Nosso Senhor, é colocado nos últimos momentos de sua vida, com traições dos amigos íntimos, o lavar das mãos de Pilatos, os discípulos fugiram negando-o, abandonaram-o, fugiram de medo dos chefes dos judeus, e dos sacerdotes do Templo; e dos soldados romanos, que os procuravam para prende-los. Tudo isso tem uma explicação espiritual, exprimem e simbolizam a única realidade, que levou Jesus a cruz: "Carregou os nossos pecados em seu corpo sobre o madeiro. ( 1 Pd 2,24 )

Jesus carregou todos os nossos pecados sobre a cruz, os nossos pecados lavaram o Cristo sobre a cruz: Ele foi castigado por nossos crimes e esmagado por nossas iniquidades. ( Is 53,5; 1 Pd 2,24 ) Hoje ainda fazemos a a mesma pergunta, o porque que Deus deixou assassinar seu Filho Unigênito feito Homem. A mesma palavra de Deus, nos responde e nos consola; foi necessário tudo isso por amor, por causa da salvação de cada um de nós! Só um "Homem Deus" podia nos salvar e reconciliar-nos com o Transcendente.

 Irmãos..! Nós com nossas misérias de pecados, somos aquele Judas que o traiu; Pedro que o renegou, Pilatos que lavou as mãos, o povo que preferiram Barrabás, que se aquecem ao fogo, falando ninharias, soldados que dividem avidamente a túnica do Senhor, ladrões que  mataram. Jesus crucificado está sozinho na cruz: "Meu Deus porque me abandonastes..!" ("Elói, Elói, lamma sabactàni? ) Atrás dele há distância, existem multidões curiosas a olhar, que não  o conhecem, não o querem, não o desejam, não o amam, e  nem o espera. E lá estamos nós também..!

Tendo acabado de lermos a paixão do Cristo, fechamos o livro, e agora sabemos que a história não se acabou, continua e está agora em ato. "Os acusadores de uma vez morreram"- escreveu um judeu como conclusão de um livro apaixonado sobre o processo de Jesus. As testemunhas foram para casa. O juiz deixou o tribunal. Mas o processo de Jesus continua ainda" ( Paul Winter ) 

Para nós Cristãos, o processo de Jesus e sua paixão continuam, mas em um sentido bem diferente. Em dois sentidos: o processo renova-se em cada discípulo, em cada homem e mulher, que sofre e é, perseguido, como Jesus foi. Por causa de seu nome, muitos nestes "Finais de Tempos," são degolados, fuzilados, mas não negam o seu Senhor..! 

Ouve-se a voz do demônio, personificado nos homens maus, os algoses dos inocentes na telinha dizendo: viva Barrabás..! Jesus não..! Degola ele..! Fuzila ele... Queimam eles..! Crucifica-o Cristo de novo..! Irmãos permaneçamos firme na fé, Jesus esta para chegar..! Aleluia! Glória a Deus!

Cabe a nós escolher com que atitude, queremos entrar na história da paixão do Senhor: Com atitude de Simão Cirineu, que se coloca ao lado de Jesus, ombro a ombro para carregar com Ele o peso da cruz, ou as atitudes das mulheres chorosas, do centurião que bate no peito, do discípulo amado, ou de Maria a mãe do Senhor silenciosa aos pés da cruz. Ou daqueles que ficam de longe, para ver terminar o episodio do martírio do Senhor.A narrativa da paixão que acabamos de ouvir, terminou com a imagem da pedra rolada na porta do túmulo. ( Mc 14,46 )

Sabemos porém que a pedra não adiantou: Jesus ressuscitou dos mortos, e está, sentado a direita de Deus Pai todo poderoso. Contudo, enquanto dura este mundo de dor e de pecado, ele está ainda misteriosamente no sepulcro; não ressuscitou ainda totalmente. "O seu corpo mistico está nas prisões, está ofendido e sob processo; porque com aqueles que sofrem, sofre Ele também" 

A Semana Santa nos deve recordar sobretudo isso. Destes três mistérios: crucificação,  sepultura e a ressurreição, "na Eucaristia que celebramos atualiza tudo de novo, a vida, a paixão, a morte e ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. "Proclamamos Senhor vossa morte e ressurreição, vinde Senhor Jesus!" Amém!

Jesus é o Senhor!


TEXTO ELABORADO ADAPTADO; A HOMILIA DE RANIERO CANTALAMESSA SUA OBRA: "O VERBO SE FAZ CARNE" DOMINGO DE RAMOS DA PAIXÃO DO SENHOR: COMO LER A PAIXÃO. Pg 799-802 -- DEUS CONOSCO dia a dia --ANO LITÚRCO "B" MARÇO 2015 -Pg 109-110.  BÍBLIA  DO PEREGRINO. EVANGELHO DE MARCOS  CONTEXTO:11, 1-11 Rodapè.




                                                                                      

                                                                            

                                                                            














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